A produção de móveis em 2021 ficou bem próxima à de 2020, com um volume de 421,1 milhões de peças, em um valor nominal de R$ 76 bilhões. Os dados são da Conjuntura de Móveis, estudo realizado pelo IEMI – Inteligência de Mercado, sob o patrocínio da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário).
Ainda segundo o relatório, houve queda de 2,4% em volume produzido, mas uma alta de 6,4% em receita. Além disso, o consumo interno caiu 4,8%, mas as exportações aumentaram em 50%, alavancando o comércio internacional.
Já em janeiro de 2022, a receita totalizou R$ 5 bilhões, representando uma queda de 10,1% em relação a dezembro de 2021. A tendência, portanto, é que o mercado deve permanecer estável ao longo de todo o ano.
Ao analisar esses números, uma coisa fica evidente: a indústria moveleira precisa encontrar soluções que a ajudem a vender mais, caso queira aumentar os ganhos. E, para isso, não existe melhor palavra-chave que inovação.
A indústria moveleira demanda inovação a todo momento e, talvez, esta seja a característica mais comum quando falamos em empreendedorismo. No entanto, há uma maneira de trazer inovação para a indústria moveleira: com o design thinking.
O design thinking é um meio inovador de encarar os problemas. Ele pode ser aplicado nos mais diversos segmentos empresariais, inclusive na indústria moveleira.
Nesse post, explicaremos o que é esse método, os motivos que o levam a ser tão importante para o seu negócio e como a indústria de móveis pode se utilizar dele. Acompanhe e entenda como alcançar a inovação para a indústria moveleira!
O que é o Design Thinking?
A expressão design thinking sugere uma resolução de problemas pensada de forma “fora da caixa”, ou seja, fora dos moldes convencionais.
Com base em três valores fundamentais — empatia, colaboração e experimentação —, o conceito de design thinking é uma abordagem que visa identificar e solucionar problemas de maneira inovadora e criativa, com foco nas reais necessidades do consumidor e do mercado.
Ela consiste em 4 etapas:
- Imersão: esse é o momento de se aproximar do problema, encontrando sua origem. A busca por informações é fundamental nessa primeira etapa, e a ideia é realmente mergulhar de cabeça para entender o problema e as necessidades do cliente;
- Ideação: agora é o momento para liberar a criatividade. É a hora de propor soluções ao problema e, de fato, pensar fora da caixa. Não limite as ideias e estimule a criatividade através de dinâmicas como brainstorming, canvas e mapas mentais;
- Prototipação: após a geração de ideias, é hora de colocar a mão na massa. Ou seja, será o momento de validar a ideia, dar corpo e testar um protótipo;
- Desenvolvimento: pronto! Você já encontrou o problema do consumidor, gerou ideias criativas para solucioná-lo e validou algumas delas. Agora é o momento de avançar com o negócio.
Por que ele é importante para empresas?
Mais do que uma maneira para estimular a criatividade, o design thinking é importante em diversos processos dentro de uma empresa. Ele desinibe fatores limitantes às soluções criativas, como estereótipos, o medo de assumir riscos e o ócio.
Além disso tudo, talvez o fator mais importante seja a preocupação central com o consumidor. Por ser uma abordagem antropocêntrica (que coloca o homem no centro das ações), o design thinking atende a necessidade do cliente de forma próxima à exatidão, trazendo-o para o núcleo das atividades desempenhadas.
Como aplicar as práticas do design thinking
A aplicação das práticas do design thinking consiste em 5 estágios que se complementam. Abaixo, veja quais são as características e finalidades de cada um dos processos:
1. Descobrir as necessidades do cliente
O objetivo dessa etapa é conhecer o público-alvo e o que ele precisa.
Conhecer o público não significa apenas pesquisar sobre o seu comportamento de compra, mas também entender o seu modo de vida. A metodologia design thinking defende a ideia de se colocar no lugar do consumidor para descobrir como é o produto sob a perspectiva dele e, inclusive, sua reação ao utilizá-lo.
Há várias estratégias que podem ser aplicadas para compreender a fundo suas reais necessidades. Entre os exemplos podemos citar: pesquisas, entrevistas, estatísticas e grupos focais.
2 – Definir os problemas centrais
Após levantar as informações sobre as necessidades de seu público, será preciso definir os problemas centrais do cliente e começar a analisar as possíveis soluções.
Nesta etapa, usar recursos como blueprints de serviço, por exemplo, pode ser muito útil para criar propostas de valor aos clientes. A ferramenta representa, de forma visual, as interações do cliente durante a prestação de um serviço.
Deve ser aplicada quando há necessidade de compreender como as interações com serviços influenciam os clientes, a experiência de compra e a fidelização. O recurso ajuda a encontrar pontos de melhoria e oportunidades de inovação, além de pontos falhos.
Para aplicá-la e obter resultados ricos em insights, no entanto, é preciso observar o cliente, conversar com ele e buscar depoimentos.
3 – Sugerir ideias para solucionar os problemas
Depois que a equipe descobre as necessidades do cliente e define os problemas centrais dos usuários, é hora de começar a gerar ideias.
Por meio de reuniões e atividades em grupo, os integrantes podem gerar insights ou ações estratégicas que visam resolver os problemas do cliente. Aqui, técnicas que saiam do óbvio e desafiam a criatividade humana são sempre muito bem-vindas.
4 – Fazer um protótipo
O objetivo dessa etapa é criar versões teste do produto ou serviço que capturem as ideias obtidas na etapa anterior.
Há duas subfases dentro desta etapa. A primeira é refinar as ideias geradas pela fase de ideação do processo, e daí escolher aquelas que devem ser levadas adiante. Já a segunda consiste em construir o protótipo.
Nessa segunda etapa, agilidade é a resposta. O mais comum é construir algo com papelão, caixas e fita adesiva para agilizar ao máximo o processo de teste do protótipo.
Aqui o propósito é unicamente identificar falhas importantes nas ideias. Por isso, não perca muito tempo construindo protótipos muito elaborados.
5 – Testar o protótipo
Os protótipos são projetados para serem testados com os usuários. O objetivo, aqui, é descobrir se o produto irá atender às necessidades do cliente e se resolverá todas as suas dores.
O método mais comum, nesse caso, é criar um script e pedir aos usuários que descrevam a sua interação com o protótipo.
Pode ser que neste estágio a equipe se surpreenda com a quantidade de problemas fundamentais do projeto. Mas não se preocupe! A razão para usar a abordagem de design thinking é justamente capturar esses problemas em um estágio de protótipo.
6. Avaliação de resultados
Após submeter o protótipo ao teste e se houver a aprovação dos clientes, é hora de aplicar a solução encontrada ou disponibilizar o novo produto ao mercado.
Para que a estreia ocorra devidamente, será preciso apresentar o item desenvolvido, seus diferenciais e vantagens, a fim de que o público conheça e queira usar a inovação.
Se por acaso o público não receber bem o produto, pode ser que o processo do design thinking tenha sido executado de forma errônea. Mas a empresa sempre pode reiniciar todo o processo, e repetir os passos até ficar satisfeita com o resultado.
Como alcançar a inovação para a indústria moveleira por meio do Design Thinking?
Por ser uma abordagem criativa, o design thinking beneficia a indústria moveleira para uma produção mais efetiva.
Quando falamos sobre inovação para indústria moveleira, é importante considerar a opinião dos consumidores, seus anseios, como utilizam tal produto e seus benefícios. É enxergar o problema, gerar ideias, criar um protótipo e então desenvolver um móvel que atenda todas as demandas do cliente.
Além disso, o design thinking pode ser aplicado nos mais diversos processos do setor moveleiro. Ele deve, inclusive, ser incorporado em todo o dia a dia da empresa, criando uma cadeia de inovação e criatividade que perpassa por todas as atividades.
Entendeu como o design thinking pode ser uma abordagem estratégica para a inovação na indústria moveleira? Gostou do tema? Então não deixe de acompanhar mais conteúdos como este no nosso blog!