É papel do gestor buscar formas de melhorar a gestão dos negócios. Uma das medidas mais conhecidas e adotadas é o uso de indicadores de desempenho, ferramentas que mostram uma visão clara sobre os resultados atingidos pela empresa e ajudam a identificar falhas e pontos de melhoria interna.
Neste guia completo sobre KPIs, vamos entender tudo sobre indicadores de desempenho e como é possível melhorar o seu uso com apenas algumas boas práticas. Acompanhe!
O que são indicadores de desempenho?
Também conhecidos por KPIs (Key Performance Indicators), os indicadores de desempenho são métricas utilizadas para avaliar a eficiência dos processos dentro de uma empresa.
Nesse sentido, permitem analisar os resultados alcançados em um determinado período de forma mais direcionada, fornecendo uma visão holística sobre o andamento de um projeto, setor ou da organização como um todo.
Com eles, é possível saber, por exemplo:
- Se metas foram alcançadas;
- Se o direcionamento dos recursos foi feito corretamente;
- Quais falhas ocorreram em cada etapa de um projeto;
- Se há necessidade de ajustes estratégicos ou operacionais;
- Quais áreas apresentam melhor ou pior desempenho.
Além disso, medem aspectos como produtividade, qualidade, eficiência, lucratividade e muitos outros, sendo extremamente importantes para a gestão empresarial.
Para que servem os indicadores de desempenho?
Os indicadores de desempenho servem, primeiramente, para medir os resultados obtidos pela empresa em diferentes áreas, como vendas, produção ou finanças, durante um período específico.
Por exemplo, se o gestor quiser avaliar o desempenho do setor de vendas no ano passado, ele recorre a indicadores como taxa de conversão e volume de vendas para medir a eficiência das ações de vendas aplicadas no setor.
Além de medir os resultados, os KPIs também servem de base para a tomada de decisões estratégicas e para auxiliar os gestores na identificação de áreas de melhoria interna. Quanto mais indicadores o profissional utilizar, mais baseada em dados a sua gestão ficará, já que KPIs são dados que se baseiam em informações reais e mensuráveis.
Quais são os tipos de indicadores de desempenho?
Existem muitos indicadores de desempenho que uma empresa pode acompanhar. Eles são divididos em nove categorias. Confira!
Indicadores de produtividade
Os indicadores de produtividade medem o quanto de produto ou serviço é gerado por unidade de recurso aplicado, como mão de obra, tempo ou capital. Eles podem ser usados em diversos contextos para avaliar a eficiência operacional da empresa.
Exemplos de indicadores:
- Produtividade por hora trabalhada: mede a quantidade de bens ou serviços produzidos por um colaborador em uma hora de trabalho;
- Produtividade por máquina: mede a produção realizada por uma única máquina em um período.
Indicadores de qualidade
Já os indicadores de qualidade são responsáveis por avaliar o grau de conformidade dos produtos ou serviços da empresa com os padrões preestabelecidos.
São exemplos de indicadores:
- Porcentagem de reclamação de clientes: mede o percentual de clientes que relataram problemas ou insatisfações em relação ao produto ou serviço da empresa;
- Durabilidade do produto: avalia o tempo médio de vida útil do produto antes que ele precise ser substituído ou passe por reparos.
Indicadores de capacidade
Os indicadores de capacidade, por sua vez, medem a quantidade máxima de produção que pode ser realizada em um determinado período.
Exemplos:
- Capacidade de Produção por Hora: mede a quantidade máxima de unidades que uma linha de produção pode gerar em uma hora;
- Taxa de Ocupação (em serviços): avalia a porcentagem de utilização da capacidade máxima de um serviço.
Indicadores estratégicos
Os indicadores estratégicos são projetados para medir o progresso que a empresa teve em relação aos seus objetivos de longo prazo.
São exemplos de indicadores:
- Participação de Mercado: mede a proporção das vendas de uma empresa em relação ao total de vendas do setor;
- Crescimento de Receita Anual: mede o aumento percentual da receita da empresa ao longo de um ano.
Indicadores de lucratividade
No caso dos indicadores de lucratividade, os KPIs são encarregados de mostrar a capacidade de uma empresa de gerar lucro em relação ao faturamento.
Exemplos:
- Margem de Lucro Bruto: mede o percentual de lucro que a empresa retém após subtrair o custo direto de produção;
- Lucro Operacional: indica o lucro obtido pelas operações principais da empresa, excluindo receitas e despesas financeiras.
Indicadores de rentabilidade
Já os indicadores de rentabilidade são métricas que medem a capacidade da empresa de gerar retornos financeiros a partir dos seus investimentos.
São exemplos desses KPIs:
- Retorno sobre Investimento (ROI): avalia o lucro obtido em relação ao capital investido;
- Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE): mede a rentabilidade em relação ao patrimônio líquido.
Indicadores de competitividade
Os indicadores de competitividade, por outro lado, são responsáveis por avaliar o desempenho da empresa em relação a seus concorrentes.
Exemplos:
- Participação de Mercado Relativa: compara a participação de mercado da empresa em relação ao maior concorrente;
- Índice de Preços Competitivos: avalia o posicionamento dos preços de uma empresa em comparação com seus concorrentes.
Indicadores de valor
Os indicadores de valor têm como premissa medir o valor percebido pelos clientes em relação aos produtos ou serviços.
Aqui, temos como exemplo:
- Net Promoter Score (NPS): avalia a probabilidade dos clientes recomendarem a empresa para outras pessoas;
- Valor Percebido do Produto: mede a relação entre o custo percebido pelo cliente e o benefício percebido.
Indicadores de turnover
Por último, temos os indicadores de turnover, que medem a taxa de rotatividade dos colaboradores.
São exemplos de indicadores:
- Taxa de Turnover Voluntário: mede a porcentagem de funcionários que deixaram a empresa voluntariamente;
- Taxa de Retenção: indica a porcentagem de funcionários que permanecem na empresa durante um período.
Qual é a importância dos indicadores de desempenho para a empresa?
Uma empresa só consegue aprimorar seus processos internos e produtos e serviços quando tem informações sólidas para fundamentar sua tomada de decisão. A falta de dados pode fazer com que medidas inadequadas sejam tomadas ou a gestão dos negócios seja feita com base em suposições e não em dados reais.
Os indicadores de desempenho são métricas que se baseiam em informações que a própria empresa produz, portanto, indicam exatamente o que está funcionando bem, o que precisa ser ajustado e quais oportunidades de melhoria podem ser exploradas.
Na era do Big Data, usar KPIs é tão importante quanto realizar a análise de dados.
Como definir indicadores de desempenho eficazes?
Embora existam diferentes tipos de KPIs que um gestor pode usar, isso não significa que ele precisa acompanhar todos eles.
A escolha dos indicadores certos vai depender, primeiramente, dos objetivos que ele quer alcançar a partir da medição — por exemplo, aumentar a produtividade, melhorar a qualidade dos produtos e reduzir custos operacionais —, quais dados estão à disposição e quais áreas do negócio são prioritárias.
Nesse caso, como definir os KPIs certos?
Comece por:
- Alinhar os KPIs com os objetivos estratégicos da sua empresa;
- Garantir que os dados sejam confiáveis e atualizados;
- Verificar a capacidade de mensuração de cada indicador;
- Certificar-se de que os indicadores escolhidos são compreendidos por todos os envolvidos;
- Priorizar a simplicidade e o foco em áreas críticas.
Quais indicadores devem ser acompanhados?
Mesmo avaliando os pontos mencionados, pode ocorrer dos profissionais ficarem confusos sobre quais indicadores acompanhar.
Pensando nisso, nossos especialistas prepararam uma lista com os indicadores de desempenho básicos, ou seja, aqueles que devem compor praticamente todos os modelos de negócio.
Total de horas trabalhadas
Esse indicador mostra o total de horas dedicadas à produção. Em períodos de crescimento econômico e alta demanda, esses números tendem a aumentar. Já em fases de recessão ou baixa sazonalidade, a produção diminui.
Avaliando o total de horas trabalhadas, a empresa consegue ter uma noção mais precisa sobre a variação de demanda por recursos operacionais e melhorar o seu planejamento.
Dessa forma, o gestor consegue comprar uma quantidade mais precisa de matéria-prima, reduzir prejuízos e dimensionar equipes de maneira mais inteligente. Isso contribui para que os serviços oferecidos tenham mais qualidade e a empresa opere com um orçamento mais enxuto.
Aproveitamento da capacidade instalada
A capacidade instalada está ligada à estrutura da empresa. Nesse contexto, inclui as máquinas e os equipamentos que são utilizados para a produção de itens. Assim, esse indicador oscila conforme o porte da empresa, o setor em que atua, a localização e diversos outros fatores.
A utilização dessa capacidade está diretamente ligada à demanda de produção. Logo, se ela está em baixa, a ociosidade vai aumentar. Por outro lado, a alta demanda leva a uma utilização em níveis máximos.
Compreendendo a capacidade instalada, o gestor pode fazer investimentos mais inteligentes e otimizar sua infraestrutura. Se o negócio tem rotinas baseadas em ferramentas de cloud computing, por exemplo, torna-se mais fácil dimensionar a quantidade de recursos que será distribuída para os usuários. Ao mesmo tempo, o investimento em soluções como o outsourcing fica mais otimizado, gerando mais lucratividade para a companhia.
Nível de emprego
Esse indicador reflete o número de profissionais empregados, servindo como um “termômetro” para o setor industrial. Quando a produção aumenta, esse número se eleva, mas se a demanda diminui e não há sinais de recuperação, o nível de emprego sofre queda e as empresas começam a realizar demissões.
Ao analisar a variação no emprego, o gestor pode planejar contratações com antecedência. Com um quadro de profissionais adequado às necessidades do mercado, a empresa evita gargalos operacionais e se torna mais eficiente.
Índice de turnover
O turnover refere-se à rotatividade dos colaboradores na empresa. Em outras palavras, quanto maior esse índice, maior a frequência de contratações e demissões. Essa rotatividade gera custos elevados para o negócio, mas também pode ajudar a identificar problemas relacionados às condições de trabalho e à cultura organizacional que levam os profissionais a buscar novas oportunidades.
Desse modo, o índice de turnover oferece à empresa a chance de:
- melhorar as políticas de gestão de recursos humanos;
- aumentar o engajamento dos colaboradores;
- criar um ambiente de trabalho mais produtivo.
Se a taxa de turnover for muito alta, isso pode indicar questões de liderança, clima organizacional ou falta de valorização dos profissionais. Esses problemas, por sua vez, podem afetar a qualidade do atendimento ao cliente.
Para calcular o índice de turnover, é possível usar como base o tempo médio de permanência de cada funcionário. Uma fórmula simples é:
(nº de demissões + nº de admissões) / 2, dividido pelo total de funcionários.
Com a taxa de rotatividade em mãos, a organização pode diagnosticar questões internas e implementar ações para melhorar os resultados.
Faturamento
O indicador de faturamento revela quanto a empresa gerou em vendas. No entanto, esse número isolado não fornece uma visão completa, pois está relacionado à receita bruta e não considera os custos e recebimentos efetivamente realizados.
Apesar disso, o faturamento é uma excelente maneira de mensurar, por exemplo:
- quais produtos são mais promissores;
- quais têm vendas baixas;
- qual é o ticket médio por cliente.
Essas informações são essenciais para otimizar as campanhas de vendas. Compreendendo o perfil do consumidor, a empresa pode desenvolver promoções que envolvam produtos com maior potencial de vendas. Além disso, ao analisar a variação na demanda por produtos, é possível se planejar de forma mais eficaz.
Vendas efetivadas x Oportunidades
Essa também é uma forma de ajudar os empreendedores a ter uma visão do índice de fechamento de cada negociação. Para isso, é necessário medir a relação entre as vendas efetivadas e as oportunidades abertas em determinado período.
Se houver um acompanhamento desses índices em cada etapa do processo de negociação, o empreendedor terá condições de identificar os gargalos existentes no seu funil de vendas.
Além disso, permite saber os motivos que levam os clientes a desistir da proposta. Em uma situação em que o cliente desiste logo no início do processo, é possível que o problema esteja na forma como os vendedores estão realizando a abordagem.
Esse tipo de informação ajuda os setores de estoque, vendas, compras e marketing, por exemplo. Ainda, orienta melhor as decisões para alcançar resultados mais satisfatórios com base na realidade que a empresa vive.
Margem de contribuição
A margem de contribuição é o dinheiro que sobra do faturamento depois que os gastos variáveis são subtraídos. Trata-se da receita depois da retirada do valor referente aos custos e às despesas variáveis. Depois desse cálculo, torna-se possível identificar se o desempenho está dentro do esperado.
É importante acompanhar esse indicador para saber se os resultados realmente são satisfatórios. Afinal, o faturamento por si só não mostra a realidade. Ele aponta apenas os valores que foram gerados com a venda dos produtos, mas não reflete os gastos criados para manter a operação funcionando.
Outros indicadores para alcançar os melhores resultados
Além dessas métricas, podemos destacar como outros indicadores de desempenho que auxiliam empresas a obter melhores resultados:
- As métricas de performance de infraestrutura e times;
- Os indicadores de eficácia;
- As métricas de rentabilidade;
- As métricas que avaliam a capacidade da empresa gerar oportunidades de vendas, ou seja, a sua competitividade;
- Indicadores de qualidade;
- Métricas de fidelização de clientes;
- Indicadores de valor agregado — utilizados especificamente nos produtos e serviços da empresa.
Em conjunto, essas métricas criam uma visão abrangente sobre todos os aspectos da empresa.
Por que acompanhar os indicadores?
Para aumentar a eficiência e aprimorar os resultados, não basta saber o que são indicadores de desempenho. É preciso entender quais são suas funções na empresa e acompanhá-los. Eles precisam estar alinhados com as estratégias do negócio. Caso contrário, corre-se o risco de acompanhar muitos números que não dizem nada e ajudam muito pouco.
Assim, é fundamental analisar a situação atual da empresa e identificar quais indicadores são mais apropriados para cada objetivo, por exemplo, para:
- Aumentar vendas;
- Diminuir desistência de compra;
- Reduzir rejeição da marca;
- Otimizar a logística;
- Tornar o ambiente de trabalho mais eficaz;
- Melhorar o retorno sobre investimento do marketing.
Em vez de focar em muitos indicadores de desempenho, tenha em mente que o importante é focar em métricas-chave. Isso porque, não existe uma fórmula exata da quantidade de indicadores para cada organização.
Para que você possa ter um parâmetro inicial, saiba que as empresas que têm sucesso utilizam de 5 a 10 indicadores de desempenho. Eles são distribuídos entre as principais áreas e os processos do negócio, ou seja, aqueles que estão relacionados com a capacidade da empresa de realizar novas vendas. Assim, a companhia pode manter um fluxo de trabalho mais inteligente e eficaz.
Como priorizar métricas mais importantes?
Para que a análise dos dados de indicadores seja mais eficaz, um dos pontos-chave é conseguir priorizar as métricas mais importantes. Isso reduz o tempo necessário para que o analista obtenha uma visão estratégica sobre a rotina do negócio e, ao mesmo tempo, consiga avaliar os pontos-chave para que a companhia tenha melhores resultados em médio e longo prazos.
Para priorizar o uso de métricas corretamente, a empresa pode dividir os seus indicadores em duas categorias: de processos e de estratégia. A seguir, confira as características de cada uma.
Indicadores de estratégia
Esse tipo de métrica auxilia o gestor a analisar e identificar se os objetivos de médio e longo prazo da empresa serão atingidos dentro do tempo esperado. Em outras palavras, essa categoria de indicadores envolve todos os fatores que impactam diretamente na capacidade da empresa se manter lucrativa.
Indicadores de processos
Os indicadores de processos são utilizados para avaliar a execução de cada rotina interna. Em outras palavras, eles mensuram a qualidade dos processos e a performance da infraestrutura como um todo. Isso permite que a empresa otimize sua cadeia operacional e alcance resultados melhores a médio e longo prazo.
Ao categorizar corretamente os dados, a organização facilita a identificação dos indicadores mais relevantes para cada análise. Assim, os resultados se aprimoram, tornando a empresa mais inteligente e dinâmica.
Consideração ao perfil do negócio
Outro fator importante que o gestor deve considerar é o perfil do negócio. Cada setor conta com indicadores que são mais importantes para a área. Portanto, utilizar as métricas adequadas ao perfil da empresa é crucial para conquistar bons resultados.
A área de logística, por exemplo, tende a precisar das métricas que envolvem a entrega de produtos. Elas incluem o número de itens entregues, a aderência a prazos e o tempo médio de cada rota.
Aliados a fatores como o consumo de matéria-prima, esses indicadores demonstram ao gestor o que pode ser otimizado nessa área com mais precisão do que os indicadores relacionados ao sucesso das estratégias de vendas, por exemplo.
Já o setor de vendas deve utilizar indicadores relacionados a fatores como:
- conversão de clientes;
- taxa de cliques em e-mails marketing;
- fidelização de consumidores.
Nesse contexto, eles criam uma visão abrangente sobre a empresa e como cada política pode influenciar nos seus lucros.
Como analisar os resultados dos indicadores?
“Ok! Já sei quais indicadores de desempenho são importantes e eu quero acompanhar. Agora, como posso analisar os resultados obtidos com essas métricas?”
É aqui que a “brincadeira” começa a ficar interessante, porque entramos no universo de Data Analytics e Big Data.
Nesse ponto, devemos transformar os dados em ações concretas, ou seja, a análise sobre os indicadores não pode ser apenas numérica, será preciso interpretar os resultados e entender como eles impactam o negócio.
Para tanto, devemos:
- Certificar que os indicadores de desempenho (KPIs) estão sendo monitorados regularmente;
- Avaliar se o desempenho está dentro do esperado, comparando os resultados dos KPIs com as metas estabelecidas no planejamento estratégico;
- Analisar tendências temporais para identificar se o desempenho dos resultados está melhorando, estagnado ou piorando. Exemplo: se o KPI de “taxa de satisfação do cliente” mostrou uma tendência de queda nos últimos 6 meses, isso exige investigação sobre as causas;
- Verificar se existe algum desvio padrão ou se os indicadores de desempenho flutuam muito. Por exemplo, se o KPI “tempo de produção” variar muito entre semanas, isso pode indicar inconsistência nos processos, como falta de materiais ou problemas na linha de produção;
- Relacionar diferentes KPIs para entender se existem correlações entre eles, como um aumento nas vendas (KPI de vendas) estar correlacionado com uma melhoria no tempo de entrega (KPI logístico).
- Utilizar ferramentas de análise de causa-raiz, como o Diagrama de Ishikawa (Espinha de Peixe) ou os 5 Porquês para identificar os motivos por trás dos desvios nos indicadores para, enfim, começar a planejar ações corretivas.
Quais são os erros mais comuns ao escolher os indicadores de desempenho?
Até os gestores mais experientes podem acabar escolhendo indicadores de desempenho que não fazem muito sentido para a estratégia ou os objetivos principais da empresa. Isso ocorre porque, muitas vezes, os KPIs são escolhidos sem um planejamento adequado, focando em métricas fáceis de medir ou amplamente utilizadas, mas que não estão alinhadas às necessidades do negócio.
Para que você não corra esse risco e assegure apenas KPIs que realmente agregam valor à sua análise, recomendamos bastante atenção à lista abaixo, com os equívocos que mais costumam prejudicar a eficiência dos indicadores.
Utilizar apenas as métricas mais simples
Embora sejam úteis para análises rápidas ou operações diárias, o profissional não pode fundamentar sua tomada de decisão apenas em indicadores básicos. É necessário que ele tenha uma visão mais ampla e estratégica do negócio. Para isso, será preciso recorrer a KPIs mais complexos e relevantes.
Desse modo, se o objetivo é medir o desempenho financeiro da empresa, além de utilizar indicadores como faturamento, é interessante acompanhar KPIs como EBITDA, margem de lucro líquida e retorno sobre o investimento (ROI).
Avaliar o que tem menor relevância
Se o profissional tiver uma lista gigante de indicadores para avaliar, é possível que ele avalie apenas aqueles que são mais fáceis de serem medidos ou interpretados. Isso pode ser um erro grave, pois se o KPI tiver pouca relevância, o resultado da métrica pode acabar influenciando negativamente a tomada de decisões.
Portanto, sempre identifique os indicadores realmente importantes e mantenha o foco e a análise neles.
Empregar indicadores para medir tarefas em vez de resultados
Medir tarefas operacionais pode ser interessante para a empresa acompanhar o andamento de suas atividades diárias. No entanto, esses indicadores não representam nada para uma tomada de decisão robusta, que precisa ser fundamentada em dados históricos, de ações que já ocorreram e impactaram o negócio de forma mensurável.
Para decisões mais estratégicas, recomenda-se o uso de indicadores que estejam atrelados a resultados, como lucratividade, crescimento de mercado, ou satisfação do cliente.
Desenvolver indicadores de desempenho sem engajamento da equipe
Quando falamos em indicadores de desempenho, a tendência é que as pessoas pensem que acompanhar KPIs é uma tarefa unicamente do gestor, mas não é verdade. As equipes têm um papel muito importante na aplicação e análise de indicadores, pois atuam diretamente nos processos medidos pelos KPIs, logo, podem alcançar insights mais rápidos sobre possíveis melhorias.
Se sua equipe não possui habilidades analíticas, invista em treinamentos adequados para capacitar os profissionais e fazer com que eles aprendam a interpretar os indicadores de maneira crítica e estratégica.
Buscar indicadores perfeitos
Ainda que os números sejam extremamente valiosos para a gestão, precisamos estar cientes de que eles não são perfeitos. É possível que passem por erros de mensuração, variações de mercado e equívocos humanos, o que pode impedir a empresa de alcançar um resultado completamente preciso em todas as circunstâncias.
Assim sendo, tenha em mente que os indicadores de desempenho são ferramentas importantes para direcionar decisões estratégicas. Mas sempre mantenha o pensamento crítico para questionar resultados e ajustar os indicadores conforme necessário.
Como melhorar o uso dos indicadores de desempenho?
Digamos que você já implementou os indicadores de desempenho na gestão, mas não está satisfeito(a) com os resultados obtidos ou a forma como os KPIs estão sendo aplicados. Como você pode melhorar o uso desses indicadores e torná-los mais eficientes para a sua estratégia?
A seguir, veja algumas dicas que podem ajudar.
Priorizar indicadores-chave
Focar em um número reduzido de KPIs que realmente agregam valor ao negócio é o elemento fundamental aqui. Desse modo, evite monitorar dezenas de indicadores e concentre-se naqueles que têm maior impacto nas áreas mais importantes para a empresa.
Comunicar claramente
Certifique-se de que todos os envolvidos compreendem o que os KPIs significam e como suas ações podem influenciar os resultados. Quanto mais você aplicar e falar sobre indicadores, mais natural será para os times integrarem os KPIs em suas rotinas.
Atualizar regularmente
Usar os mesmos KPIs ano após ano pode não ajudar a empresa a progredir. Portanto, revise os seus indicadores periodicamente para garantir que eles ainda estão alinhados aos objetivos do seu negócio.
Treinamento contínuo
Capacite sua equipe para que ela possa não só interpretar, mas também atuar de maneira proativa em relação aos indicadores. O conhecimento sobre os KPIs precisa ser atualizado com frequência para que as partes se sintam seguras em aplicá-los e as decisões sejam sempre fundamentadas em dados.
Como usar os dados obtidos nos indicadores de forma estratégica?
Para que os indicadores de desempenho exerçam um papel estratégico no negócio, será preciso que a empresa priorize alguns pontos. Confira!
Transformar dados em planos de ação
Após levantar os dados e identificar problemas ou oportunidades de melhoria, será preciso criar um plano de ação baseado nas informações. Esse plano envolve avaliar as causas das falhas ou desvios e determinar as medidas necessárias para resolvê-las rapidamente, além de prevenir que problemas semelhantes ocorram novamente.
O plano de ação deve ser claro e contar com a colaboração de todas as equipes. Cada time precisa trabalhar de forma coordenada, com objetivos alinhados aos indicadores que estão sendo monitorados.
Avaliação contínua dos KPIs
Uma vez que as ações corretivas tenham sido implementadas, o gestor deve monitorar continuamente o impacto dessas medidas.
Aqui, o acompanhamento frequente dos indicadores de desempenho é determinante para medir o sucesso das mudanças e identificar rapidamente qualquer ajuste que ainda precise ser feito.
Ajustes nos indicadores
Se os KPIs não estão trazendo insights relevantes ou não correspondem às metas estratégicas da empresa, pode ser necessário revisá-los. Essa revisão vai assegurar que os indicadores continuem alinhados com os objetivos de crescimento e inovação da empresa.
Otimização do uso dos indicadores com tecnologia
Ferramentas como sistemas de Business Intelligence (BI) e Data Analytics podem ser importantes aliados para melhorar o uso dos indicadores de desempenho. Esses sistemas simplificam a coleta, análise e visualização dos dados, além de também oferecem insights valiosos que podem orientar decisões.
Nesse sentido, o uso de um ERP (Enterprise Resource Planning) integrado a ferramentas de BI, por exemplo, pode fornecer uma visão ampla dos principais indicadores da empresa, como controle de estoque, fluxo de caixa e desempenho de vendas.
Análise estruturada
Uma análise estruturada dos dados permite que a empresa identifique oportunidades de otimização, tanto em termos de processos internos quanto de estratégias externas. Além disso, ao aplicar uma abordagem proativa na análise de indicadores, as equipes podem antecipar problemas e agir de forma mais preventiva.
Consultoria especializada para maximizar resultados
Se a empresa sentir dificuldades em interpretar os dados ou identificar as melhores ações com base nos indicadores, pode ser interessante contar com o apoio de uma consultoria especializada. Isso porque, consultores externos trazem uma visão imparcial que pode ajudar a aprimorar a análise dos indicadores.
Gostou de saber sobre o mundo de indicadores de desempenho? Então, não deixe de conferir nosso artigo sobre gestão de indicadores e entenda como implementá-la.
