O número de ataques cibernéticos aponta um crescimento em escala nos últimos anos. Segundo dados da SonicWall Capture Labs, houve um aumento de 11% nos ataques entre 2023 e 2024, reforçando, mais uma vez, a urgência das empresas investirem em segurança.
Mas por que o volume de ataques tem crescido? Turbulências geopolíticas e a persistência e sofisticação das ameaças, potencializadas por avanços tecnológicos maliciosos mostram que, embora uma infraestrutura de rede e sistemas seja construída para suportar ataques cibernéticos, é necessário que as práticas e políticas de segurança sejam revistas continuamente para que dados fiquem, de fato, blindados.
Como segurança é um tema complexo que possui várias vertentes, preparamos este artigo para detalhar o assunto. Aqui, entenderemos o que é segurança da informação, quais são seus pilares, principais tipos e quais ferramentas devem compor um plano de proteção para a empresa realmente se proteger. Acompanhe!
O que é a segurança da informação?
Trata-se de um campo dentro da área de segurança que atua na proteção sistemática de dados e informações em ambientes físicos e digitais.
Nesse contexto, manuseio, armazenamento e transmissão de dados sensíveis e sigilosos, como informações financeiras, estratégias empresariais e dados pessoais, tendem a fazer parte da rotina de uma empresa. E por transitarem entre diferentes mãos e tecnologias de software, hardware e rede, estão frequentemente expostas a ameaças externas e internas.
Combater o volume de ataques diretamente é considerado impossível, pois hackers e demais agentes maliciosos estão se aprimorando para se beneficiar da invasão, adulteração e roubo de dados. Isso significa que cabe às empresas implementar práticas de proteção interna para construir uma barreira robusta contra as vulnerabilidades.
Qual é a importância da segurança da informação?
A importância da segurança da informação está ligada diretamente ao seu desempenho e reputação empresarial. Empresas que conseguem estabelecer medidas rigorosas de proteção para blindar o acesso a dados sensíveis e sigilosos conseguem desempenhar suas rotinas de maneira mais tranquila, pois não precisam se preocupar com o roubo, vazamento ou exposição de dados.
Segundo a consultoria Gartner, os gastos globais com segurança da informação devem totalizar impressionantes US$ 212 bilhões em 2025. Ainda, dados da GlobalData reforçam essa estimativa, alegando que os gastos globais com segurança cibernética devem chegar a US$ 198 bilhões até 2025.
A urgência em aumentar o orçamento em segurança se deve ao fato das empresas estarem cada vez mais atuando em rede, mas também pela crescente de investimentos em ferramentas de automação, IoT e inteligência artificial — que dependem da troca de informações e alta conectividade para funcionar.
Quais são os pilares da segurança da informação?
Para que um plano de segurança realmente mantenha os dados protegidos, é necessário que ele seja pautado em cima de pilares da segurança da informação, como confidencialidade, integridade, disponibilidade, autenticidade e irretratabilidade.
Confidencialidade
Refere-se à garantia de que informações sensíveis ou sigilosas serão acessadas apenas por pessoas ou sistemas autorizados. Isso abrange tanto o ambiente interno quanto o externo e inclui a proteção contra vazamentos intencionais ou não.
Integridade
Diz respeito à consistência e precisão das informações. Esse pilar garante que os dados não serão alterados de forma não autorizada, seja durante o armazenamento, transporte ou processamento.
Disponibilidade
Assegura que os dados e sistemas estarão acessíveis aos usuários autorizados sempre que necessário. Para isso, é fundamental implementar medidas que previnam interrupções, como backups regulares, redundância de sistemas e soluções de recuperação de desastres.
Autenticidade
Garante que as informações e comunicações são confiáveis e realmente provêm de fontes legítimas. Com a crescente dependência de transações digitais e trocas de informações, práticas como o uso de certificados digitais e autenticação multifator são cada vez mais importantes para proteger a autenticidade.
Irretratabilidade
Trata-se da capacidade de garantir que uma ação ou comunicação realizada não possa ser negada pelo autor do dado. Métodos como assinaturas digitais e trilhas de auditoria desempenham um papel muito importante para o cumprimento desse pilar.
Quais são os tipos de segurança?
Como mencionado, a segurança é um campo amplo, portanto, abrange diferentes tipos e estratégias. Confira!
Segurança da informação
Envolve práticas e medidas que garantem a confidencialidade, integridade, disponibilidade e autenticidade dos dados e sistemas. Seu objetivo é proteger informações sensíveis contra acessos não autorizados, alterações indevidas e interrupções nos serviços.
Segurança de TI
Foca em proteger a infraestrutura tecnológica da empresa, como servidores, redes e dispositivos conectados. Essa área engloba a implementação de ferramentas e políticas que previnem ataques, reduzem vulnerabilidades e asseguram a continuidade das operações digitais.
Segurança cibernética
Trata especificamente da proteção contra ameaças no ambiente online, como ataques de hackers, malwares e tentativas de phishing. Aplicá-la é muito importante para mitigar riscos associados ao aumento da conectividade e ao volume crescente de dados compartilhados em redes públicas e privadas.
Segurança de dados
Busca proteger as informações armazenadas e processadas dentro do ambiente empresarial. Geralmente, inclui a adoção de técnicas como criptografia, controle de acesso e políticas de retenção de dados para evitar situações envolvendo perdas ou usos indevidos.
Embora uma empresa possa implementar medidas específicas de segurança, é importante que o seu plano de proteção envolva todas essas áreas para formar uma defesa robusta e capaz de mitigar múltiplas ameaças.
Quais são as normas e certificações em segurança da informação?
Para certificar que práticas de segurança e proteção realmente sejam capazes de reduzir riscos envolvendo dados, diversos órgãos e instituições governamentais estabeleceram algumas normas e certificações específicas.
ISO/IEC 27001
A ISO/IEC 27001 é uma norma internacional que define requisitos para estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente um Sistema de Gestão de Segurança da Informação (SGSI). Seu foco é assegurar que os dados estejam protegidos contra acessos não autorizados, perda ou corrupção. A norma exige que as empresas identifiquem ameaças, avaliem vulnerabilidades e implementem controles robustos de segurança.
GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados)
O GDPR é uma regulamentação europeia criada para fortalecer e unificar a proteção de dados pessoais em todos os estados membros da União Europeia.
A regulamentação estabelece que as empresas solicitem consentimento explícito para o uso de dados, além de impor regras rigorosas sobre o armazenamento, processamento e compartilhamento dessas informações. Caso ocorram violações, as penalidades podem ser severas.
LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados)
Legislação brasileira inspirada no GDPR, a LGPD entrou em vigor para regular o uso de dados pessoais no Brasil, a fim de proteger a privacidade dos cidadãos.
A lei deixa claro que dados pessoais devem ser tratados com base em princípios, como finalidade, transparência e segurança. Além disso, impõe a obrigatoriedade de as empresas informarem o motivo da coleta e permitirem que os titulares solicitem a exclusão de suas informações.
Quais ferramentas podem ser utilizadas para proteger os dados?
Uma vez que ameaças externas e internas podem comprometer a segurança das informações, dados e demais componentes de TI, quais ferramentas a empresa pode aplicar para mitigar as vulnerabilidades?
A escolha das ferramentas vai depender dos recursos financeiros disponíveis que a empresa possui, bem como os objetivos de proteção que ela espera alcançar.
Criptografia
A criptografia é uma técnica que converte dados em um formato ilegível para garantir que apenas usuários autorizados possam acessá-los. Ela utiliza algoritmos matemáticos para embaralhar as informações, criando chaves para codificação e decodificação.
Data loss prevention (DLP)
As ferramentas de DLP têm como objetivo evitar a perda de dados sensíveis, seja por vazamentos intencionais ou não intencionais. Elas monitoram e controlam fluxos de informações, garantindo que dados críticos não sejam compartilhados sem autorização.
Detecção e resposta de endpoint (EDR)
EDR é uma solução que monitora continuamente endpoints, como computadores e dispositivos móveis, para identificar atividades anômalas ou maliciosas. Quando isso acontece, o EDR permite respostas rápidas, como isolamento de dispositivos comprometidos, para impedir a propagação de ataques.
Firewalls
Um firewall é uma barreira entre uma rede confiável e redes externas, como a internet. Ele filtra o tráfego de entrada e saída com base em regras configuradas para bloquear acessos não autorizados. Firewalls podem ser baseados em hardware ou software e são necessários para proteger redes contra ataques, malwares e tentativas de invasão.
Sistemas de detecção de intrusão (IDS) e prevenção de intrusão (IPS)
O IDS (Sistema de Detecção de Intrusão) monitora o tráfego da rede em busca de atividades maliciosas ou violações de políticas de segurança. Ele analisa pacotes de dados, detecta padrões de ataque e alerta os administradores para possíveis incidentes.
Já o IPS (Sistema de Prevenção de Intrusão) vai além do IDS, já que detecta, mas também é capaz de bloquear automaticamente ameaças antes que causem danos.
Sistemas de gerenciamento de segurança da informação (ISMS)
O ISMS é um conjunto de políticas, processos e controles organizados para proteger informações sensíveis de ameaças. Ele abrange a análise de riscos, desenvolvimento de políticas de segurança e implementação de medidas técnicas e administrativas.
Gerenciamento de informações e eventos de segurança (SIEM)
As soluções de SIEM coletam e analisam logs de atividades em toda a infraestrutura de TI, centralizando dados de diversas fontes para identificar comportamentos suspeitos. Por meio de correlação de eventos e detecção baseada em regras, o SIEM é capaz de criar alertas em tempo real e fornecer insights detalhados sobre possíveis incidentes de segurança.
Centros de Operações de Segurança (SOC)
O SOC é uma equipe ou estrutura responsável por monitorar, detectar e responder a incidentes de segurança. Ele utiliza ferramentas como SIEM e IDS/IPS para supervisionar o tráfego de rede, atividades de endpoints e ameaças emergentes.
Medidas de autenticação fortes
Medidas de autenticação fortes garantem que apenas usuários legítimos possam acessar sistemas e informações confidenciais. Para tanto, incluem métodos como autenticação multifator (MFA), biometria, tokens de hardware e até certificados digitais.
Inteligência de ameaça
A inteligência de ameaça é uma prática que envolve a coleta e análise de informações sobre ameaças cibernéticas. O intuito é ajudar as empresas na antecipação de ataques, no entendimento sobre esses padrões de ataque e no ajuste de suas defesas.
Análise de comportamento de usuários e entidades (UEBA)
O UEBA utiliza técnicas de aprendizado de máquina e análise comportamental para identificar atividades anômalas de usuários e sistemas. Ele monitora padrões de uso normais e detecta desvios que podem indicar comprometimento ou mau uso.
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Quais são as principais vulnerabilidades na segurança da informação?
Mesmo que a maioria das ameaças seja externa, ou seja, proveniente de cibercriminosos ou ataques direcionados, precisamos compreender que falhas também podem acontecer internamente. Afinal, dados, sistemas e redes são manuseados e acessados pelos próprios funcionários da empresa, inclusive as tecnologias que utilizam na operação.
Nesse contexto, quais são todas as vulnerabilidades que podem colocar em risco a segurança? Acompanhe:
- Ataques cibernéticos: tentativas maliciosas de comprometer a segurança de sistemas e redes, por exemplo, táticas como phishing, ransomware, negação de serviço (DDoS) e exploração de vulnerabilidades em software.
- Erro do funcionário: geralmente, ocorre devido o envio de informações sensíveis para destinatários errados ou a instalação de software não autorizado. Aqui, o problema costuma ser solucionado com treinamentos e conhecimento sobre práticas de segurança.
- Segurança de endpoint ineficaz: endpoints, como laptops e dispositivos móveis, são alvos fáceis para invasores se não estiverem devidamente protegidos. A ausência de soluções como antivírus, EDR ou políticas de controle de acesso aumenta a exposição a ataques.
- Ameaças internas: ocorrem quando colaboradores ou terceiros com acesso legítimo abusam de seus privilégios para causar danos ou roubar dados. Essas ameaças podem ser intencionais, como espionagem corporativa, ou acidentais, como a exposição involuntária de informações sensíveis.
- Configuração incorreta: inclui permissões excessivas, exposição de dados em nuvens públicas e falhas em configurações de segurança padrão. Os erros são resultados de pressa na implementação ou falta de processos robustos de revisão técnica.
- Engenharia social: técnica usada por criminosos para manipular pessoas e obter acesso a informações confidenciais. Eles exploram a confiança humana por meio de táticas como e-mails falsos, chamadas telefônicas ou mensagens de texto enganosas.
Como a segurança da informação pode impactar a reputação de uma empresa?
Quando um problema de segurança ocorre, a empresa não só compromete a privacidade de seus clientes — o que em si já é extremamente prejudicial — como também precisa lidar com a queda e a desconfiança em relação à sua marca.
Em 2016, vimos a empresa Uber admitir que escondeu uma violação de dados por mais de um ano. Os hackers conseguiram obter acesso a dados de 57 milhões de motoristas e clientes, que tiveram suas informações expostas para venda na dark web.
A Netshoes, marca reconhecida no segmento de e-commerce esportivo, também foi afetada por um incidente de segurança que aconteceu em 2018. Após a invasão de seu banco de dados, quase 2 milhões de clientes tiveram suas informações vazadas online e a empresa foi obrigada a pagar R$ 500 mil em indenizações.
Esses exemplos são apenas alguns casos de falhas de segurança que vimos circular em canais de notícias e redes sociais. Mas os resultados dessas ocorrências são unânimes e afetam todas as empresas que passaram, passam ou passarão por problemas de segurança: impactos financeiros, manchas irreversíveis na reputação, perda de confiança e dificuldade em atrair novos clientes.
A responsabilidade sobre a adoção de práticas de segurança e os investimentos em ferramentas que forneçam proteção de dados é inteiramente da empresa.
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