O setor financeiro de uma indústria geralmente é impactado por alguns problemas que poderiam ser evitados com uma boa gestão da produção. Um dos cálculos envolvidos nesse gerenciamento é o do custo de ociosidade, que afeta diretamente a produtividade de diferentes maneiras e limita o potencial do negócio. Nesse sentido, além compreender a relação entre tempo e dinheiro, é preciso avaliar as consequências trazidas pelo tempo parado na operação.
Neste artigo, apresentaremos o conceito de ociosidade, a importância desse custo para as empresas, como calculá-lo e dicas para reduzir continuamente a capacidade ociosa. Continue a leitura e confira!
Afinal, o que é custo de ociosidade?
Podemos entender a ociosidade como parte de um investimento aplicado que acabou sendo desperdiçado e não proporcionou o retorno esperado. No entanto, se a ideia é saber qual é o custo e quais são as consequências disso para as principais atividades de uma indústria, é fundamental esclarecer outras duas referências: a de capacidade produtiva e a de capacidade ociosa.
O volume máximo de produtos ou peças que uma indústria pode fabricar é chamado de capacidade produtiva, que pode ser dividida em dois tipos: efetiva e teórica. A primeira considera as paradas inevitáveis no processo produtivo em função das manutenções, dos feriados e dos finais de semana. Por sua vez, a teórica contempla a produção durante todo o tempo, sem qualquer tipo de interrupção na operação.
Já a diferença entre a capacidade produtiva e o que de fato foi produzido em um determinado período é chamada de capacidade ociosa. Em outras palavras, é o volume de produtos ou peças que a empresa deixou de fabricar por diversos motivos, tais como:
- defeito ou quebra de maquinário;
- baixa demanda;
- falta de insumos ou matéria-prima;
- sazonalidade;
- perda de mão de obra, entre outros.
Com isso, é possível afirmar que o custo de ociosidade informa ao gestor quanto o tempo sem atividade representa financeiramente para um empreendimento. Ou seja, estamos falando de um indicador que dá uma ideia do quanto a indústria deixou de ganhar durante o tempo em que as máquinas e os funcionários estiveram parados.
Qual a importância desse custo para a operação de uma indústria?
A verdade é que existem muitos cálculos diferentes que levam ao resultado do custo de ociosidade, alguns mais complexos e mais elaborados do que outros, mas falaremos sobre isso mais adiante. Independentemente da metodologia definida para calculá-lo em sua empresa, o ponto principal é encontrar e identificar os gargalos que contribuem para a redução desse índice e fugir de perdas financeiras.
Trabalhar para reduzir o custo de ociosidade significa evitar que esses valores sejam incluídos nos custos totais de produção, o que acaba prejudicando a receita de qualquer negócio.
Além disso, gestores capazes de conter a ociosidade tornam os processos mais eficientes e deixam a organização com melhores condições de enfrentar seus concorrentes. No mesmo sentido, todos os recursos são melhor aproveitados, e isso também reduz os custos da produção.
Conhecer o custo de ociosidade pode, portanto, dar a dimensão exata do que acontece na operação produtiva, além de fornecer elementos para que decisões acertadas sejam tomadas com o objetivo de minimizar esse problema.
Como calcular o custo de ociosidade?
Em geral, calcular esse custo é até simples, se for utilizada uma média do tempo produtivo de cada funcionário dentro de uma fábrica. No entanto, apesar de muito próxima da realidade vivida dentro de uma indústria, uma apuração como essa não é exata.
Também é possível calcular a ociosidade a partir dos gastos fixos da produção, considerando o quanto as paradas representam do total desses valores. Em relação à capacidade produtiva, pode-se usar tanto a efetiva quanto a teórica. Um campo de fábrica com poucas paradas deverá utilizar a capacidade efetiva. Caso contrário — ou seja, se há paradas constantes —, a capacidade teórica é a mais recomendada para o cálculo.
Inicialmente, é preciso levantar os custos fixos de produção. Depois disso, divide-se o valor encontrado pelo total de casos entregues — que tenham sido capitalizados dentro do período —, e multiplica-se pelo percentual da capacidade ociosa, isto é, a relação entre produção e capacidade produtiva. Por fim, o valor obtido representa o custo de ociosidade em cada processo do negócio.
Na hora de fazer esse cálculo, a boa notícia é que você pode contar com o apoio da tecnologia para facilitar o trabalho. Um bom software de gestão integrada resolve facilmente essa tarefa. Afinal, soluções como essas apresentam um conjunto de ferramentas que permite aos gestores saberem exatamente quais são os custos fixos, variáveis, diretos e indiretos de toda a cadeia produtiva.
O que fazer para reduzir esse custo?
Contar com um bom planejamento estratégico da capacidade produtiva é a principal medida para reduzir o custo de ociosidade. Empresas que têm um plano bem definido conseguem lidar melhor com as demandas, afinal, elas estão prontas para decidir de antemão como essas necessidades serão atendidas. Está claro que isso traz alguns impactos para os custos de produção e, consequentemente, para preço do produto.
Além disso, por meio de um rigoroso monitoramento e de um diagnóstico empresarial, os gestores podem adotar outras ações que ajudam a diminuir esse custo, de acordo com cada situação. No caso de uma crise como a que estamos vivendo, causada pela pandemia, e dependendo da área de atuação, a alternativa mais indicada pode ser a locação da capacidade produtiva para outra indústria.
Se houver uma paralisação inesperada de maquinário, por exemplo, o ideal é realocar temporariamente os colaboradores da área ociosa para outro setor que esteja em plena atividade.
Todas essas providências servem para amenizar o custo de ociosidade, um dos maiores desafios para as indústrias, uma vez que ele causa impactos tanto na competitividade quanto na rentabilidade e lucratividade. Em uma empresa sólida, acompanhar e saber identificar esse problema é fundamental para melhorar cada vez mais a eficiência.
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