Um dos conceitos mais plurais e amplos que existem hoje é o mercado. Pode ser um local virtual ou físico, onde são oferecidos serviços ou produtos, ou um ponto de encontro de oferta com a demanda quando se fala de economia.
Mercado estagnado, em crescimento, arriscado, em declínio — vários podem ser os seus adjetivos. No entanto, o fato é que ele define como um negócio vai lidar com as oportunidades e os desafios que surgem ao longo da trajetória empresarial.
O funcionamento e a estrutura de um mercado precisam definir a conduta da organização para que se busque uma performance melhor.
Para analisá-lo e obter o que se chama de inteligência de mercado, é preciso conhecer tudo que o envolve, bem como as etapas necessárias para fazer uma boa análise. Continue acompanhando para aprender como fazer!
O que é análise de mercado?
Trata-se de uma avaliação que permite que você identifique quão atrativo é determinado segmento para o seu negócio.
O estudo pode ser conduzido para avaliar um mercado atual já existente ou, ainda, para observar novos setores que estão em expansão. É a partir dessa análise que são detectados:
- riscos futuros e atuais de expandir um modelo de negócio;
- previsão de venda e previsão de demanda.
Uma forma bem simples e fácil de entender a análise de mercado é lembrar que ela se trata de um processo que determina condições, fatores e as suas características.
Há alguns pontos que precisam ser considerados para uma análise mercadológica de qualidade e que podem ser compreendidos através da análise SWOT: Pontos Fortes e Pontos Fracos (Strengths e Weaknesses) e Oportunidades e Ameaças (Opportunities e Threats).
Por meio da avaliação desses pontos, será possível criar uma estratégia que combine com a realidade atual da empresa e determinar em quais fatores seus esforços devem se concentrar.
Assim, ao analisar as oportunidades e ameaças externas, por exemplo, fica bem mais fácil definir de onde as oportunidades virão e quais ameaças poderão tornar as transações da indústria mais desafiadoras.
Ainda, mudanças no comportamento do consumidor, por exemplo, que tem realizado mais compras online, acabam indicando que pode ser o momento de investir em um e-commerce. Por outro lado, a concorrência extremamente alta na região sul do país pode indicar que, se a sua indústria deseja atuar por lá, vai precisar repensar suas estratégias.
Quais são os objetivos da análise de mercado?
A análise de mercado tem como objetivo principal entender o cenário competitivo e identificar oportunidades e riscos que podem impactar a empresa.
Em complemento, ela também é indicada para casos em que a empresa precisa avaliar o potencial de um novo produto ou serviço, ajustar sua rota (estratégia de posicionamento), otimizar suas ações de marketing e compreender melhor quais são as necessidades do consumidor.
Então, resumidamente, os objetivos da análise são:
- identificar tendências e mudanças no comportamento do consumidor;
- avaliar a performance dos concorrentes e suas estratégias;
- mapear oportunidades de expansão e novos nichos de mercado;
- identificar riscos que possam impactar as operações ou posicionamento da marca;
- ajustar as ações de marketing para uma comunicação mais efetiva com o público-alvo.
Qual é a importância da análise de mercado?
Fazer a análise de mercado é importante porque ajuda a empresa a tomar decisões mais embasadas e menos arriscadas. Assim, ela passa a ser muito mais orientada por dados e insights reais, o que garante a ela maior competitividade e capacidade de adaptação frente a mudanças.
Fora isso, ela conquista vantagens que contribuem para sua permanência no mercado. Veja, a seguir.
Visão mais realista
Os empreendimentos nem sempre constroem sua avaliação sobre o mercado baseando-se em dados, estudos e análises. Nesse caso, a base é a visão dos líderes acerca das mudanças com o passar do tempo.
É claro que a experiência é fundamental. No entanto, é preciso entender que é impossível saber tudo o que ocorre na maioria das vezes. Sendo assim, essas empresas tomam como base as suas decisões em informações desatualizadas. Com a análise constante, você pode ter uma visão realista e, ainda, tomar decisões menos arriscadas.
Identifica percepções atuais e futuras
Esse é o motivo pelo qual a análise possibilita antecipar tendências. Afinal, nesse caso, não se considera apenas o contexto atual, mas também o que vai poder acontecer no futuro e o impacto dessas mudanças.
Permite conhecer melhor o público-alvo
Quais são os desejos, as preferências e os comportamentos de seus consumidores? A análise de mercado garante esse conhecimento, permitindo que a empresa crie campanhas de marketing mais direcionadas e desenvolva produtos ou serviços que realmente atendam ao que o seu cliente busca.
Conhecer bem o público-alvo também faz com que a empresa adapte sua comunicação, personalize abordagens e torne sua interação mais próxima e interessante para o consumidor.
Facilita o entendimento da atuação dos fornecedores
Com os dados da análise em mãos, a empresa consegue prever possíveis gargalos no ciclo de abastecimento junto aos seus fornecedores. Isso possibilita que ela crie alternativas para mitigar os impactos, seja negociando melhores condições de preços ou buscando novas parcerias estratégicas que ofereçam estabilidade.
Gera mais respaldo para tomada de decisões
A análise gera dados atualizados que acarretam melhores decisões. Para tanto, é necessário identificar questões relativas a parceiros, consumidores, clientes, finanças, concorrentes, marketing, fornecedores, entre outras.
Note que o conhecimento é fundamental tanto para questões maiores quanto para as menores, como realização de investimentos, entrada em novos mercados, oferta de serviços e produtos etc.
No entanto, essa base de informações só é formada por meio da percepção dos dados realmente essenciais e da análise constante.


Qual é a relação entre análise de mercado e competitividade?
A competitividade é um termo que trata da disputa entre uma empresa e suas concorrentes. Embora entrar em um segmento competitivo possa ser arriscado, o fato é que a disputa de marca pode contribuir, muitas vezes, para os modelos de negócio evoluírem e buscarem a excelência.
Se em uma pequena cidade existir apenas um supermercado, por exemplo, pode ser que os empreendedores não sintam a necessidade de expandir suas operações, nem melhorar processos internos. Afinal, é cômodo manter as coisas do jeito que estão.
Claro que isso não significa que entrar em qualquer segmento competitivo, sem conhecê-lo, vai resultar no avanço de um negócio. Em um levantamento, a CB Insights aponta que 19% das pequenas empresas fracassam por perder espaço para a concorrência.
A análise de mercado desempenha, portanto, um papel muito importante no planejamento. Não existe problema em empreender em um mercado competitivo, mas é importante que o empresário saiba exatamente onde está entrando, como deve atuar e, principalmente, como competir.
Quais são os tipos de análise de mercado?
Antes de começar a entender o passo a passo para fazer o seu estudo, é necessário compreender que existem diferentes tipos de análises. Confira quais são e suas características.
Análise de gabinete
A análise de gabinete é aquela feita com informações coletadas de maneira ativa. Ela pode ser praticada internamente, sem que seja necessário haver contato direto da empresa com os elementos externos, como o público.
Além disso, essa análise acontece de modo mais amplo e genérico, pois o número de dados é limitado em locais de mídia, portais e demais fontes de informação.
Mas fazer o estudo de um concorrente específico de forma muito aprofundada, por exemplo, não se torna viável a partir da análise de gabinete, caso as ferramentas específicas não sejam utilizadas.
Pesquisa de mercado
A pesquisa de mercado é aquela que entra em contato com aqueles que mais interessam para a empresa, ou seja, os clientes. Esse modelo inclui:
- avaliar as expectativas sobre o mercado e sobre o negócio;
- aplicar perguntas diretas a respeito dos níveis de serviço esperados, entre outras informações.
Trata-se de um modo mais produtivo de conhecer os desejos e as necessidades dos consumidores, sendo muito útil para o negócio que pretende lançar um produto ou serviço. Ainda, para as empresas que desejam validar a ideia com base na aderência do público-alvo.
Macroambiente
Entende-se por macroambiente tudo aquilo que é amplo e não existe controle, ou seja, fatores externos que não estão diretamente relacionados às operações de um negócio, mas que podem afetar indiretamente a empresa. Aqui, temos como exemplo questões relacionadas à política, tecnologia, economia e temas sociais e ambientais.
Fazer a análise do macroambiente é avaliar todo o cenário no qual a empresa está inserida, mas que não pode controlar.
Microambiente
Já o microambiente pode ser tratado como sendo algo mais enxuto, um cenário compacto. Desse modo, tudo aquilo que está diretamente relacionado às operações de negócio e que pode afetar a empresa diretamente. Nesse caso, temos como exemplos fornecedores, clientes, concorrentes intermediários etc.
A análise do microambiente, portanto, estuda as questões mais próximas e internas do negócio, que podem ser eliminadas ou até modificadas conforme a necessidade.
Uma indústria não tem poder para determinar a taxa de imposto que vai pagar em cima de uma transação comercial, por exemplo. No entanto, ela tem autonomia para avaliar melhor sua carteira de fornecedores e descobrir qual possui melhor preço e permite uma margem de lucro maior.
Quais são as vantagens de investir em análise de mercado?
A seguir, confira alguns dos benefícios de se investir em análise de mercado.
Identificar oportunidades de mercado
Ao fazer a análise de mercado, você consegue obter uma visão holística sobre tudo que está acontecendo na área de atuação da empresa.
Isso permite que você identifique oportunidades de negócio, como vender um novo tipo de produto, oferecer um serviço diferenciado ou apresentar um conceito inovador que atraia a atenção de investidores.
Tomar decisões mais acertadas
Toda decisão envolve uma escolha que pode ser mais ou menos embasada — o que vai interferir diretamente no resultado. Quanto mais dados e informações sobre o seu negócio e o mercado como um todo, mais fácil será a escolha que você terá que fazer.
Ao oferecer uma visão global sobre o seu universo, a análise de mercado permite que o cenário se torne menos obscuro, colocando sob holofote as informações importantes que devem ser consideradas, justamente, para uma tomada de decisão mais embasada. Dessa maneira, as chances de uma escolha mais acertada aumentam consideravelmente.
Conhecer as exigências do cliente
Os gostos, comportamentos, fluxo de tomada de decisão até a compra, relacionamento no pós-venda — todos esses elementos ajudam a sua empresa a traçar características que são fundamentais para reter e conquistar novas vendas.
Essas informações valem ouro. Afinal, uma análise que considera um conjunto de dados que ajudam a visualizar melhor os seus clientes, permite que você consiga antecipar tendências ou demandas e fortalecer o relacionamento com o comprador, gerando maior valor de marca.
No fim das contas, isso significa utilizar o cliente a seu favor. Desse modo, se você passa a fazer um produto pensando nele, suas chances de aumentar as vendas se tornam ainda maiores.
Oferecer uma melhor experiência ao consumidor
Todo esse conhecimento sobre o cliente pode voltar para ele no momento em que sua marca transforma o processo de compra em uma experiência de compra. Especialistas mostram que, no século XXI, mais do que vender, é preciso criar uma atmosfera que vá além daquele processo. Oferecer uma verdadeira experiência ao cliente que não termina no momento em que o produto é entregue é um grande desafio.
Pensar essa jornada como um todo, que envolve o antes, o durante e o depois — mais do que isso, criar um relacionamento constante do cliente com a marca —, é algo raro, mas perseguido por todo gestor. A análise de mercado voltada para os seus clientes (os que já existem e também os que podem vir a ser) ajuda nessa compreensão.
Reter seu time de talentos
A retenção de talentos é um desafio para empresas de todos os setores e de todos os tamanhos. A alta rotatividade de colaboradores que procuram propostas melhores em concorrentes ou que são convidados a assumirem postos em empresas que disputam espaço com a sua, prejudica a produtividade dos projetos em andamento e ainda gera certa instabilidade na equipe como um todo.
A análise de mercado ajuda a compreender como as empresas concorrentes se posicionam no mercado — e o que oferecem a seus colaboradores internamente. Isso pode servir de guia para que você consiga elaborar uma estratégia geral para a companhia, como política de cargos e salários, benefícios, entre outros. Assim, é possível reter aqueles colaboradores diferenciados.
Mas não estamos falando somente de dinheiro, benefícios ou vantagens. Geralmente, os colaboradores estão à procura de desafios, oportunidades, projetos e que suas ideias sejam ouvidas e consideradas. Se uma pessoa se sentir engessada no seu próprio local de trabalho e souber que outra empresa tem uma mentalidade mais aberta, ela não pensará muito antes de trocar uma pela outra.
Entender os resultados
O grande resultado de uma análise produtiva e contínua é que o empreendimento ganha inteligência de mercado, tornando-se, consequentemente, mais competitivo e mais preparado para absorver uma fatia bem maior do nicho do qual pertence.
Enfim, a análise de mercado é uma tarefa que envolve um trabalho minucioso de toda a equipe de profissionais envolvida e, especialmente, de muita disciplina. Como você pode perceber, os componentes possibilitam, inclusive, realizar uma discussão sobre a indústria e sobre as perspectivas no mercado de atuação do negócio.
É fato que toda expansão corporativa merece muita atenção, afinal, ninguém deseja investir em algo que pode trazer prejuízos. Por isso, é importante compreender bem o mercado para garantir bons resultados no presente e no futuro do seu empreendimento.
Aprimorar a comunicação e o relacionamento com os clientes
O conhecimento obtido por meio da análise pode ajudar a empresa no direcionamento de suas ações estratégicas, melhorando, assim, a captação e retenção do cliente.
Desse modo, é possível, por exemplo, usar as informações para aprimorar a comunicação com o consumidor, entregando uma experiência personalizada. Ainda, fortalecer o relacionamento, proporcionando benefícios para aqueles que compraram e continuam comprando.
Lembre-se de aproveitar a inserção da tecnologia na indústria para facilitar o seu trabalho. Isso porque, a inovação só tem a acrescentar na rotina empresarial.
O que deve ser considerado em uma análise de mercado?
Além do perfil do público-alvo, concorrência, fornecedores, tendências e posicionamento atual da marca, existem outros elementos que também devem completar a análise de mercado, pois trazem mais valor ao planejamento estratégico.
Esses pontos são:
- Fatores econômicos: entender o cenário econômico, como taxas de juros, inflação e poder de compra do consumidor, permite prever como eles podem afetar a demanda;
- Regulamentação e políticas setoriais: analisar legislações e regulamentações que possam impactar a operação e o setor ajuda a empresa a se adaptar a exigências e identificar oportunidades de atuação;
- Tecnologias: avaliar o impacto de novas tecnologias e inovações que podem melhorar processos, otimizar operações ou até transformar o setor;
- Mapeamento de riscos: antecipar potenciais riscos, como flutuações sazonais, crises econômicas ou mudanças no comportamento do consumidor, possibilita a criação de planos de contingência.
Quais são os passos para análise de mercado?
A análise de mercado é um procedimento complexo porque envolve a coleta, interpretação e aplicação de dados sobre diversos aspectos do setor. Mas isso não significa que ela não pode se tornar mais simples.
Se a empresa cumprir as etapas que veremos agora, ela será capaz de aplicar um bom estudo e obter resultados incríveis. Acompanhe!
Avalie o cenário do setor
Como o segmento está se comportando? Quais são as variáveis do setor? Existem impactos políticos e econômicos que afetam o nicho?
O primeiro passo é avaliar como está o cenário atual e quais são os desafios e vantagens de atuar nesse segmento.
Estude os movimentos da concorrência
O que a concorrência está fazendo para atrair a atenção do cliente? Quais estratégias está aplicando no meio online e offline? Qual diferencial está oferecendo ao público?
É necessário também estudar o comportamento dos concorrentes para entender por que estão praticando uma ação e quais os resultados estão obtendo.
Entenda como o cliente se comporta
Quais produtos e serviços o cliente mais consome? A demanda por um determinado produto é contínua ou sazonal? O que motiva o cliente a fazer uma compra ou fidelizar com a marca?
A empresa só sabe o que entregar ao público quando conhece o cliente e entende suas motivações e desmotivações para fazer um negócio.
Projete as receitas
Quanto a empresa pretende arrecadar com a venda? Quais serão os locais provenientes dessas receitas?
É importante também projetar os ganhos como uma forma de motivar diretores, líderes e colaboradores a atingir metas.
Projete as despesas
Quanto a empresa gastará mensalmente para manter suas atividades? Quais são os custos de produção?
Essa projeção permitirá que a empresa se programe financeiramente, a fim de ter valor em caixa para arcar com todos os compromissos e manter suas operações.
Como é feita uma análise de mercado com base na análise SWOT?
Até aqui, já mencionamos que as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças são pontos que precisam ser considerados para uma análise mercadológica ser, de fato, um sucesso.
Esses elementos compõem o que chamamos de SWOT. Confira!
Strengths (forças)
As forças indicam os pontos fortes e vantajosos que a empresa possui dentro da sua linha de operação. Isso pode ser demonstrado pela qualidade dos seus produtos, reputação da marca ou até mesmo uma rede de distribuição sólida.
Identificar quais são as forças é uma excelente forma dos líderes e gestores entenderem como maximizar esses pontos e usá-los ao seu favor.
Para descobrir quais são os seus pontos fortes, reflita:
- Quais são os diferenciais do produto ou serviço que oferecemos?
- Temos recursos ou tecnologias que nos destacam dos concorrentes?
- Em que áreas somos mais ágeis ou reconhecidos?
- Quais competências únicas a nossa equipe possui?
Weaknesses (fraquezas)
As fraquezas representam tudo aquilo que a empresa está enfrentando, como limitações ou obstáculos. Aqui entram: processos ineficientes, falta de inovação, escassez de recursos financeiros, entre outros exemplos.
Conhecer seus pontos fracos é muito importante para encarar tudo o que pode comprometer o crescimento da empresa e identificar pontos que requerem investimentos ou melhorias.
Nessa fase de descoberta de suas próprias fraquezas, procure responder:
- Quais aspectos da nossa operação são mais frágeis?
- Existem limitações tecnológicas que impactam nossa competitividade e potencial de ação?
- Há áreas em que temos dificuldades de atender às expectativas do cliente?
- Onde temos recebido feedbacks negativos?
Opportunities (oportunidades)
Saindo de uma percepção mais centrada, temos as “oportunidades”, que nada mais são do que as possibilidades de crescimento a que a empresa está exposta e que pode aproveitar para expandir sua atuação ou melhorar seu posicionamento.
Nem sempre identificar uma oportunidade é fácil, principalmente se a empresa estiver muito focada nas operações atuais, por isso, o recomendado é que os líderes e gestores comecem refletindo:
- Quais tendências do mercado podem ser benéficas para o nosso setor?
- Há novos segmentos ou nichos que podemos explorar?
- Existem mudanças regulatórias ou tecnológicas que podem ser aproveitadas?
- Quais necessidades dos clientes ainda não estão sendo atendidas pela concorrência?
Threats (ameaças)
Assim como no caso das oportunidades, a empresa também está exposta a eventos negativos, incontroláveis, que chamamos de ameaças. Essas ameaças podem ser movimentos da concorrência, crises econômicas ou mudanças repentina nas regulamentações.
Saber o que pode colocar em risco a estabilidade empresarial é necessário para que os líderes e gestores se antecipem e desenvolvam planos de contingência.
Para tanto, pergunte como você pode identificar ameaças:
- Quais são os principais movimentos de nossos concorrentes?
- Existe alguma mudança econômica ou política que pode impactar nossas atividades?
- A tecnologia que usamos corre o risco de ficar obsoleta?
- Nossos fornecedores estão vulneráveis a crises que podem nos afetar?
Depois que todas as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças tiverem sido identificadas, deve-se fazer o seguinte:
- Priorizar as forças e oportunidades que podem ser aproveitadas rapidamente;
- Identificar e minimizar as fraquezas que mais prejudicam a operação;
- Desenvolver estratégias para aproveitar as oportunidades detectadas;
- Elaborar planos de mitigação para as ameaças mais preocupantes;
- Revisitar a análise para ajustar o foco estratégico;
- Integrar a análise SWOT no planejamento e na tomada de decisão.


Quais pontos podem ser identificados com essa análise?
A análise de mercado garante uma visão ampla sobre tudo que envolve o setor no qual a empresa atua, bem como os fatores que podem impactar sua performance e desempenho. Por meio dela, é possível:
- identificar a grandeza do segmento, verificando seu tamanho, crescimento anual e projeções de expansão;
- conhecer o público-alvo, identificando o perfil, as preferências e os comportamentos dos consumidores;
- entender a concorrência, avaliando quem são os principais, quais estratégias utilizam e como se posicionam;
- compreender a urgência de lançamento das soluções, analisando o momento ideal para lançar novos produtos ou serviços conforme as tendências e a demanda;
- saber valores que podem ser cobrados, entendendo a disposição dos clientes a pagar pelo produto ou serviço, e qual é o preço praticado pelos concorrentes;
- descobrir o potencial de lucratividade, estimando o retorno financeiro com base na demanda esperada e no valor agregado da solução;
- ter o custo de aquisição de cliente (CAC), avaliando quanto será necessário investir em marketing e vendas para atrair novos clientes.


Como estruturar a análise de mercado da sua empresa?
Agora que já vimos toda a parte teórica, vamos mostrar como você pode estruturar a análise de mercado dentro da sua própria empresa.
Entenda quem constitui o mercado
O que pode constituí-lo? Empresas, pessoas ou governos. É o que se denomina mercados B2B, B2C ou B2G. Dado o seu produto, defina quem é o mercado-alvo, que é aquele para o qual você vai dirigir todos os seus esforços de comunicação e de venda.
Além de conhecê-lo bem a partir do perfil básico, você deve quantificá-lo, dimensioná-lo e ter essa informação sempre atualizada. Sites como o do IBGE, governos estaduais e prefeituras podem auxiliar você a obter essa informação.
Analise o que o mercado compra
Benefícios, informações, serviços, produtos, solução para determinados problemas. Sua empresa deve estar atenta para o atendimento das necessidades do cliente-alvo.
Exclusividade, conveniência, rapidez, confiabilidade, limpeza impecável, durabilidade e qualidade. Observe: não é o que o seu empreendimento é, mas sim o que ele gera de satisfação para os consumidores, seu resultado e impacto positivo.
Entenda o motivo pelo qual o mercado compra
Quais são as motivações que levam ao ato da compra? Afeto, moda, interesse, conveniência, status, gratidão ou desejo de pertencimento.
Para descobrir o real motivo, é preciso ouvir, perguntar, pesquisar o que o cliente afirma e a coerência que ele demonstra ao fazer suas compras. Mas lembre-se de que pesquisas mostram que a racionalidade do consumidor é limitada e, claro, a emoção exerce um grande peso no processo de decisão de compras.
Compras no mercado B2C e no mercado B2B devem observar os procedimentos determinados nas políticas corporativas de empresas. Conhecer os portais e acompanhá-los constantemente é indispensável para o sucesso dos negócios.
Compreenda quem participa da compra
Há diversas funções exercidas no processo de compra. O iniciador é o que, antes de tudo, detecta a necessidade de determinado serviço ou produto.
O iniciador pode sofrer a pressão do influenciador, que pode formar uma opinião favorável ou não ao fornecedor e ao produto/serviço. Hoje, com o avanço do marketing digital e com a força das redes sociais, é um papel cada vez mais em evidência.
Já o decisor é aquele que decide pela compra. Geralmente, confunde-se com o público-alvo, mas nem sempre se trata da mesma pessoa. Em mercados B2G e B2B, a função institucional é definida. Entretanto, em uma família nem sempre essa pessoa é facilmente identificável, pois o decisor pode não ser aquele que realiza a aquisição.
O comprador é aquele que executa o ato de comprar, tomando a iniciativa e fazendo a compra. Já o usuário é o que efetivamente utiliza ou consome o produto comprado. Ele pode ou não ter exercido alguma das funções anteriormente citadas.
Por fim, é preciso deixar claro que os papéis podem também ser exercidos por uma única pessoa.
Saiba como o mercado compra
As operações e procedimentos de compra podem ser rápidos e praticamente automáticos, como ao se escolher uma refeição para o almoço que seja rápida, até os mais complicados, por exemplo, um novo imóvel para a organização, que vai exigir mais análise e pesquisa.
No modelo clássico, há cinco etapas no processo decisório:
- Reconhecimento do problema;
- Busca de informações;
- Avaliação de alternativas;
- Decisão de compra;
- Pós-compra.
Comportamento pós-compra
A quinta etapa é crucial na fidelização do cliente. Lembre-se de que o poder está com o cliente em optar por voltar ou não a comprar o seu produto e serviço. Por isso, deve-se construir um relacionamento positivo e duradouro com o mercado, aqui considerado o conjunto de clientes.
Saiba quando o mercado compra
Épocas e ocasiões influenciam quase todo o tipo de mercado: férias, natal, volta às aulas, entre outros. Portanto, o ideal é conhecer os picos, a sazonalidade e os valores para se preparar.
Ações para os períodos de alta e promoções nos momentos de baixa precisam de preparo e muito planejamento, sem esquecer os fatores de gestão financeira envolvidos nisso.
Saiba onde o mercado compra
A localização física do ponto de venda da empresa pode ser estratégica, dependendo do tipo de negócio. Aspectos visuais da vitrine, fachada, exposição de mercadorias, também podem ser extremamente decisivos, assim como acessibilidade, estacionamento, segurança e iluminação.
Para muitos tipos de empreendimentos, o comércio eletrônico já é uma realidade. Assim, lojas virtuais são alternativas muito atrativas e de custo bem baixo, uma vez que dispensam as despesas com equipamentos de vendas e com merchandising visual.
Nesse caso, um site funcional, atrativo e de navegação fácil, com um provedor confiável e seguro, é imprescindível, assim como a disponibilização de meios de pagamento protegidos e seguros.
Avalie o mercado consumidor
O mercado consumidor precisa ser sempre o foco principal de um negócio, afinal, é por meio dele que ocorre a maior captação de receitas. A sua empresa pode ter um desenvolvimento alto ao lançar produtos mais adequados e ao fazer um atendimento que possa gerar melhor posicionamento de mercado.
Com as relações de consumo mudando tão rápido atualmente, principalmente em um mundo cada vez mais digital, realizar esse tipo de verificação é fundamental para estar ciente do que querem os clientes.
Esse estudo permite, ainda, identificar novas necessidades e dores do mercado. Sem o seu conhecimento, a empresa se torna menos importante e deixa de conquistar boas oportunidades de crescimento e de negócio.
Avalie os concorrentes
Além de pensar nos consumidores, uma boa análise de mercado também é responsável por avaliar a concorrência. Deixar de olhar para o lado fará com que você se torne menos atraente e menos competitivo, em um mercado que é cada vez mais diversificado.
Embora a atuação da sua empresa não deva ser totalmente baseada nas estratégias de outros negócios da mesma área, é importante reconhecer a situação dos concorrentes.
É o caso, por exemplo, de verificar quais soluções eles estão utilizando, qual fatia do mercado estão ocupando e, especialmente, quais nichos estão deixando desocupados. A partir dessa avaliação, você poderá identificar novos modos de atender aos seus clientes, aproveitando nichos que se encontram desocupados.
Além disso, essa avaliação é fundamental para reconhecer ameaças, como serviços ou produtos substitutos, atuação com mais qualidade e preços mais competitivos. Após essa análise ser integrada a do mercado consumidor, você pode fazer otimizações no processo de produção, por exemplo, e ajustes que venham a favorecer a empresa.
Considere os fornecedores
Um fator que muitas vezes não é considerado está relacionado aos fornecedores. A menos que seu negócio seja totalmente independente do fornecimento de serviços ou de matérias-primas, é imprescindível que se faça uma análise de mercado com esse enfoque.
Esse tipo de estudo vai assegurar que você avalie, por exemplo, se a matriz de fornecimento da sua organização está atendendo a padrões de qualidade desejados pelos seus clientes, se os preços estão competitivos e assim por diante.
Quanto à concorrência, é possível considerar a escolha de fornecedores importantes para agregar mais valor ao produto ou serviço, por exemplo, ou até mesmo optar por fornecedores mais em conta, a fim de gerar preços mais competitivos.
Estude projeções do mercado
Não menos relevante, a avaliação do mercado em si, quando se trata de economia, permite que o negócio se torne mais robusto, preparando-se para encarar os principais desafios apresentados.
Uma análise de setor permite conhecer qual será o provável crescimento em condições financeiras específicas. A análise de projeções vai favorecer positivamente a realização do planejamento de investimentos, sem contar que demonstrará uma necessidade de capital para determinados períodos.
Nesse contexto, em um momento de crise, o estudo das projeções de mercado será um grande aliado para fortalecer o seu empreendimento, além de permitir que ele consiga atravessar as adversidades que possam surgir.
Utilize ferramentas para coletar informações
Quais são as ferramentas necessárias para coletar dados? Uma boa análise de mercado também exigirá que você utilize ferramentas adequadas. Isso porque, elas são responsáveis por garantir a confiabilidade dos dados.
Essas ferramentas incluem:
- Coletores de dados: hoje, existem muitos aplicativos e softwares que são responsáveis por fazer uma coleta de dados extremamente dinâmica sobre um mercado específico. Há sites, por exemplo, que reúnem os relatórios de desempenho de uma série de empreendimentos. Ainda, aqueles que disponibilizam dados sobre quais organizações receberam investimentos recentemente.
- Analisadores sociais: redes sociais permitem acompanhar o engajamento e entender mais sobre o que ressoa de forma adequada com o público. Ao mesmo tempo, também podem ser úteis para estudar e compreender as ações da concorrência. Existem sites comparadores de SEO, por exemplo, que indicam as principais palavras-chave utilizadas e o desempenho da concorrência.
- Plataformas de pesquisas: nesse tipo de plataforma, é possível definir o tamanho do público-alvo de interesse e suas características, além de um orçamento. A partir dos dados você consegue fazer uma análise mais aprofundada do que o público deseja, bem como economizar recursos — já que esse tipo de ferramenta tem uma metodologia mais simples e efetiva.
- Ferramentas financeiras: possibilitam que os usuários façam projeções de mercado, além de facilitar o entendimento sobre os fornecedores. Ferramentas que acompanhem indicadores de mercado, resultados da economia e ações na Bolsa de Valores, por exemplo, também podem ser úteis para entender como o mercado no qual sua empresa está inserida está caminhando e quais as expectativas para o futuro.
Embora a análise de mercado seja uma prática que demanda bastante tempo e dedicação, ela é recomendada para todas as empresas que esperam tomar decisões mais embasadas e identificar novas oportunidades de crescimento.
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