Empresas buscam o lucro independentemente do seu porte ou nicho, porque é a lucratividade que garante a sobrevivência dos negócios no mercado moderno.
Para atingir as metas relacionadas ao crescimento e sustentabilidade financeira, os gestores precisam considerar todos os fatores envolvidos em suas operações. E isso vai desde o faturamento e projeções de receita até os custos.
No que diz respeito aos custos, existem algumas ferramentas que podem trazer mais visibilidade e, assim, ajudar os profissionais a tomarem decisões mais seguras sobre alocação de recursos e margem de lucro: os métodos de custeio.
Neste post, vamos entender mais sobre eles e para que servem. Acompanhe!
O que são métodos de custeio?
Tratam-se de ferramentas que facilitam o cálculo das despesas associadas à produção de um determinado produto. Importantes para a gestão dos custos, permitem que os líderes façam uma análise precisa do custo unitário de cada item — algo determinante em estratégias de precificação.
Além de auxiliar nesse ponto, os métodos também são aplicados para avaliar a rentabilidade e analisar o desempenho financeiro da empresa.
Para que servem os métodos de custeio?
Os métodos de custeio servem para trazer mais previsibilidade financeira e fortalecer o gerenciamento e competitividade empresarial. Por meio dessas técnicas, é possível certificar que um negócio mantém sua saúde financeira em dia, identificando exatamente o valor gasto em uma linha de produção.
Esse conhecimento, por sua vez, habilita os gestores a chegarem a um preço justo por suas mercadorias, algo útil não só para cobrir os custos de fabricação, como assegurar a lucratividade sobre as vendas.
Quais são os métodos de custeio?
Existem muitos métodos de custeio que podem ser aplicados. A seguir, conheça os principais.
Custeio Variável
Caracterizado por sua simplicidade e objetividade, o custeio variável foca nos custos que variam proporcionalmente à produção ou às vendas, como materiais diretos, mão de obra direta e outros gastos operacionais variáveis.
A maior vantagem desse método é que ele proporciona uma visão clara da contribuição de cada produto para a lucratividade, o que facilita a tomada de decisões estratégicas relacionadas à priorização de investimentos e mix de produtos.
Custeio por Absorção
Este método abrange tanto os custos variáveis quanto os fixos. O custeio por absorção é reconhecido por seu alinhamento com os princípios contábeis e fiscais, tornando-o uma escolha quase que obrigatória para as empresas que precisam atender requisitos como demonstrações financeiras auditáveis e conformidade tributária.
Apesar de oferecer um panorama completo dos custos de produção, o método pode impactar no preço final devido à inclusão de despesas fixas, que não variam com o nível produzido.
Custeio ABC (Activity-Based Costing)
O custeio ABC se destaca por ser um método que atribui custos indiretos aos produtos com base nas atividades que consomem recursos. Ou seja, analisa detalhadamente cada processo envolvido na produção para distribuir custos de forma justa.
Sua implementação costuma ser mais complexa e onerosa do que os outros métodos de custeio, devido à necessidade de monitoramento sobre atividades e recursos. Por isso, recomenda-se que apenas empresas que possuem processos produtivos complexos e com altos custos indiretos façam uso dele.
Custeio Padrão
Utilizado principalmente como ferramenta de controle e planejamento orçamentário, o custeio padrão compara os custos reais com padrões preestabelecidos para identificar variações.
Na prática, ele funciona da seguinte forma: são definidos valores de referência para cada etapa da produção e, posteriormente, os custos reais são confrontados com esses padrões. Se houver diferenças significativas, a empresa pode investigar e ajustar seus processos para reduzir desperdícios.
Vale frisar que o método possui limitações. A potencial falta de realismo dos padrões de custo pode se desviar significativamente da realidade por conta de mudanças no ambiente de produção ou nos preços dos insumos.
Qual é a importância dos métodos de custeio?
Aplicar métodos de custeio é importante para as empresas otimizarem processos financeiros e garantirem maior eficiência na gestão de custos, mas não é só isso. Eles fornecem uma base realmente sólida para a formação de preço dos produtos, garantindo que todos os custos de produção sejam considerados na hora de definir o preço ideal.
Para empresas que esperam ter lucratividade a longo prazo, isso é impressionante, já que evita prejuízos e possibilita margens de lucro sustentáveis.
Outro ponto relevante diz respeito aos insights adquiridos para o controle e a redução de custos. Análise de desperdícios, alocação eficiente de recursos e identificação de processos ineficazes, esses são apenas alguns exemplos que podem ser alcançados a partir da aplicação dos métodos.
Além disso, o uso dos métodos de custeio garante outro elemento de destaque: segurança nas decisões financeiras. Assim, os gestores podem definir medidas mais concisas sobre a expansão dos negócios, investimentos em novos projetos e estratégias para aumentar a competitividade.
Quais são as principais diferenças entre o custeio por absorção e o custeio direto ou variável?
Por existirem vários métodos de custeio, é comum as pessoas confundirem as nomenclaturas “custeio por absorção” e “custeio direto” ou “custeio variável”. No entanto, existem diferenças!
No custeio por absorção, todos os custos de produção, tanto variáveis quanto fixos, são incluídos no valor dos produtos fabricados. Isso significa que os custos fixos são alocados a cada unidade produzida, tornando-se parte do preço final do produto.
O custeio direto ou variável, por outro lado, considera apenas os custos variáveis. Aqui, os custos fixos são tratados como despesas do período em que ocorrem.
Como a tecnologia está transformando a aplicação dos métodos de custeio?
A tecnologia tem transformado a aplicação dos métodos de custeio ao tornar a distribuição de custos mais precisa dentro dos cálculos contábeis. Em sistemas de ERP, por exemplo, os custos são automaticamente classificados e alocados a centros de custo específicos, o que garante que cada etapa da produção tenha os seus gastos devidamente registrados.
No custeio ABC, softwares avançados analisam a relação entre atividades e consumo de recursos, permitindo que os custos indiretos sejam alocados de forma proporcional à demanda real de cada operação. Já sensores IoT e ferramentas de automação estão sendo aplicados para coletar dados operacionais em tempo real, o que reduz não apenas a necessidade de estimativas manuais mas torna os cálculos mais alinhados à realidade financeira da empresa.
Outro avanço significativo envolve a aplicação de machine learning e análise preditiva para otimizar os métodos. Essas tecnologias identificam padrões de variação nos custos de matéria-prima e sugerem ajustes antes que oscilações impactem a precificação dos produtos. No caso do custeio padrão, por exemplo, os valores de referência podem ser atualizados dinamicamente com base em dados de mercado, evitando discrepâncias entre custos planejados e reais.
Existem muitos temas importantes que o gestor precisa ficar atento para trazer a lucratividade para a indústria. “Métodos de custeio” é apenas um deles. Para se inteirar mais sobre os temas ligados à lucratividade industrial, leia também nosso artigo sobre gestão financeira e veja dicas de como fazê-la de forma efetiva.
