A produção industrial é a espinha dorsal da economia moderna. Ela envolve a transformação de matérias-primas em produtos acabados por meio de processos organizados, eficientes e cada vez mais automatizados.

Para acompanhar as demandas de produtividade, qualidade e competitividade do mercado, as indústrias podem contar com o ERP (Enterprise Resource Planning). Esse sistema centraliza, integra e automatiza os dados e processos de uma empresa, oferecendo mais controle, visibilidade e eficiência para o setor industrial.

Neste artigo, vamos entender o que é produção industrial, conhecer modelos históricos, discutir como o ERP pode melhorar o planejamento da produção, ver indicadores-chave e explorar dicas sobre como escolher a melhor ferramenta para o seu negócio. Continue a leitura!

O que é produção industrial?

A produção industrial é o processo de transformação de insumos — matérias-primas, componentes, energia e trabalho em bens ou produtos acabados em larga escala, geralmente utilizando máquinas, linhas de montagem e sistemas organizados de trabalho. Esse processo pode ocorrer em diversos setores, como alimentos, automotivo, têxtil, químico, metalúrgico, entre muitos outros.

Além de envolver a produção em si, esse tipo de operação requer uma série de atividades correlacionadas, como controle de estoque, compras, logística, manutenção de máquinas, recursos humanos, controle de qualidade e planejamento de produção.

A gestão eficiente dessas áreas é essencial para garantir competitividade, atender à demanda do mercado e manter a rentabilidade da empresa.

Quais são os modelos de produção industrial?

Ao longo da história, diferentes modelos de produção foram desenvolvidos para melhorar a eficiência industrial. Cada um surgiu em um contexto social e tecnológico específico, e influenciaram a forma como as fábricas operam até os dias atuais. Vamos conhecer os principais modelos!

Taylorismo

Desenvolvido por Frederick W. Taylor no início do século XX, o Taylorismo é baseado na chamada “administração científica”. A proposta era dividir o trabalho em pequenas tarefas padronizadas e especializadas para que os operários as realizassem com o máximo de eficiência.

Suas características principais são:

• Ênfase na especialização do trabalhador;
• Redução de movimentos desnecessários;
• Separação entre planejamento e execução;
• Aumento da produtividade individual.

Fordismo

Criado por Henry Ford, o Fordismo aperfeiçoou o Taylorismo ao introduzir a linha de montagem nas fábricas. Isso permitiu uma produção em massa, com redução de custos e aumento da velocidade de fabricação.

Suas características principais são:

• Produção em série;
• Baixa customização dos produtos;
• Mão de obra repetitiva e pouco qualificada;
• Alto volume de produção com baixos custos unitários.

Toyotismo

Surgido no Japão no pós-guerra, o Toyotismo foi desenvolvido pela montadora Toyota. Ele contrapôs o Fordismo com foco em qualidade, flexibilidade e redução de desperdícios.

Suas características principais são:

• Produção enxuta (Lean Manufacturing);
• Just-in-time (produção sob demanda);
• Valorização dos trabalhadores (trabalho em equipe e multifuncionalidade);
• Redução de estoques.

Volvismo

Inspirado na fábrica da Volvo na Suécia, o Volvismo buscou melhorar as condições de trabalho e a motivação dos operários. Ao invés de tarefas repetitivas e fragmentadas, promoveu maior autonomia e envolvimento dos trabalhadores.

Suas características principais são:

• Grupos autogerenciáveis;
• Participação ativa do trabalhador;
• Integração entre planejamento e execução;
• Foco na ergonomia e bem-estar.

As práticas mais modernas tendem a adotar princípios do Toyotismo e do Volvismo, com foco em produtividade com qualidade e respeito ao capital humano.

Como um ERP pode melhorar o planejamento da produção industrial?

O ERP é uma ferramenta estratégica que atua como cérebro da fábrica. Ao integrar todas as áreas da empresa em uma única plataforma, ele facilita o planejamento, controle e análise dos processos produtivos.

A seguir, veja como um ERP pode melhorar diferentes etapas do planejamento da produção industrial!

Previsão de demanda

Com base em dados históricos de vendas, sazonalidade, comportamento do consumidor e tendências de mercado, o ERP pode gerar previsões de demanda mais precisas. Isso ajuda a produzir na medida certa, evitando excessos ou faltas.

Planejamento da capacidade produtiva

O ERP permite visualizar a capacidade de produção disponível (máquinas, turnos, mão de obra) e ajustá-la conforme a demanda prevista. Isso evita gargalos e ociosidade.

Programação da produção

O sistema pode programar ordens de produção considerando a melhor sequência, prazos de entrega e disponibilidade de recursos. Isso reduz o tempo de setup e aumenta a produtividade da linha.

Controle de estoque

Com um controle de estoque automatizado e em tempo real, o ERP evita paradas por falta de insumos ou perdas por excesso de inventário. Desse modo, o abastecimento se torna mais eficiente.

Gestão da cadeia de suprimentos

Ao integrar fornecedores ao sistema, é possível acompanhar prazos, rastreabilidade e qualidade dos insumos recebidos. Isso impacta diretamente o fluxo produtivo.

Monitoramento em tempo real

Com painéis e dashboards, o ERP oferece uma visão em tempo real da produção. Assim, ele permite correções rápidas diante de falhas, atrasos ou desvios de qualidade.

Tomada de decisão baseada em dados

Com todos os dados centralizados e confiáveis, os gestores tomam decisões mais embasadas, ágeis e estratégicas para melhorar continuamente os processos industriais.

Quais indicadores de produção industrial o ERP pode ajudar a monitorar?

Um bom ERP industrial fornece relatórios e dashboards com indicadores-chave de desempenho (KPIs), que permitem analisar os resultados da produção e promover melhorias contínuas. Entre os principais indicadores, temos:

• Taxa de produção: quantidade de produtos fabricados por hora, turno ou dia;
• Índice de rejeição: percentual de itens que não atendem aos padrões de qualidade;
• Tempo de setup: tempo necessário para trocar ferramentas ou preparar máquinas entre diferentes ordens de produção;
• Eficiência Geral dos Equipamentos (OEE): mede a produtividade das máquinas considerando disponibilidade, desempenho e qualidade;
• Custos de produção: engloba gastos com matéria-prima, mão de obra, energia, manutenção e desperdícios;
• Lead time de produção: tempo total entre o início da produção e a entrega do produto final;
• Nível de retrabalho: quantidade de produtos que precisaram ser refeitos por falhas;
• Tempo médio entre falhas (MTBF): ajuda a prever paradas e planejar manutenções preventivas;
• Taxa de utilização de recursos: mede o quanto da capacidade produtiva está sendo efetivamente usada.

Como escolher o melhor ERP para otimizar a produção industrial?

A escolha de um sistema ERP é uma decisão estratégica e crítica para o sucesso da produção industrial. Um sistema mal selecionado pode comprometer a eficiência, gerar retrabalho e até prejudicar os resultados financeiros. Confira o que considerar para tomar a decisão certa!

Avalie as necessidades específicas da sua indústria

O primeiro ponto é entender as particularidades do seu setor. Isso porque indústrias alimentícias, farmacêuticas, metalúrgicas, químicas, têxteis, entre outras, possuem processos e exigências diferentes.

Assim, o ERP escolhido deve ter módulos funcionais adaptados à sua realidade. Um sistema que funciona bem em uma indústria de móveis, por exemplo, pode ser ineficaz em uma linha de produção de cosméticos.

Então, avalie se o ERP possui funcionalidades específicas para controle de lotes, rastreabilidade, gestão de receitas, controle de qualidade, entre outras demandas do seu segmento.

Verifique a escalabilidade do sistema

O ERP deve ser capaz de acompanhar o crescimento e a evolução da indústria. Um bom sistema permite adicionar novos módulos, funcionalidades e usuários sem comprometer o desempenho das atividades.

Além disso, deve suportar expansões como abertura de novas filiais, aumento do número de linhas de produção ou diversificação de produtos. Escolher um ERP escalável significa garantir que o investimento atual continuará sendo útil no médio e longo prazo, mesmo com as transformações naturais do negócio.

Busque integração com máquinas e IoT

A indústria 4.0 exige integração total entre os sistemas de gestão e o chão de fábrica. Por isso, é fundamental que um ERP para produção industrial ofereça conectividade com dispositivos IoT (Internet das Coisas), sensores, equipamentos industriais e sistemas MES (Manufacturing Execution System).

Com essa integração, é possível automatizar coletas de dados em tempo real, melhorar a rastreabilidade e aumentar a precisão no controle da produção. Ela também facilita a análise preditiva, o controle de manutenção e a tomada de decisões baseadas em dados concretos, extraídos diretamente do processo produtivo.

Priorize usabilidade e suporte

Um ERP robusto, porém difícil de usar, pode gerar resistência por parte da equipe e prejudicar a adoção do sistema. A usabilidade é essencial para garantir que o sistema seja intuitivo e que os colaboradores consigam operar suas funções com facilidade.

Além disso, o suporte técnico da empresa fornecedora do ERP deve ser rápido, eficiente e disponível quando necessário. Ademais, é importante contar com treinamentos, materiais de apoio, atendimento facilitado e suporte contínuo, especialmente nos primeiros meses de implantação, quando os desafios são maiores.

Avalie o custo-benefício

Nem sempre o sistema mais caro é o mais adequado. Da mesma forma, um ERP barato pode sair caro se não atender às suas necessidades. É fundamental analisar o retorno sobre o investimento (ROI), ou seja, quanto o sistema vai contribuir para a redução de custos operacionais, aumento da eficiência, diminuição de retrabalhos, entre outros benefícios.

Inclua nessa avaliação o custo de implantação, treinamento, licenciamento, manutenção, atualizações e possíveis personalizações necessárias. A melhor escolha é aquela que entrega valor real com equilíbrio entre custo e desempenho.

Prefira soluções com atualizações frequentes e compliance

As legislações fiscais, contábeis, trabalhistas e ambientais estão sempre em atualização. Seu ERP deve acompanhar essas mudanças para garantir que a sua empresa esteja em conformidade com as exigências legais.

As atualizações frequentes indicam que o sistema está em evolução e incorpora novas tecnologias, melhorias de usabilidade, correções de segurança e funcionalidades modernas. Isso contribui para manter o sistema sempre competitivo, seguro e compatível com as necessidades do seu negócio ao longo do tempo.

O que faz um produtor industrial?

O produtor industrial ou tecnólogo em produção industrial é o profissional responsável por planejar, controlar e otimizar os processos produtivos em uma indústria. Ele atua para garantir que a produção ocorra de forma eficiente, segura e dentro dos padrões de qualidade exigidos.

Ainda, seu papel é estratégico, pois envolve o equilíbrio entre produtividade, recursos disponíveis e metas de desempenho. Entre suas principais atribuições, estão:

• Planejamento da produção e programação de ordens: inclui a definição de cronogramas, organização da ordem das operações e garantir que os insumos e recursos estejam disponíveis no momento certo para evitar atrasos e desperdícios;
• Gestão de recursos (materiais, humanos e equipamentos): coordena o uso de materiais, máquinas, equipamentos e mão de obra de maneira otimizada para manter o ritmo da produção e reduzir custos;
• Monitoramento de indicadores de desempenho: acompanha métricas como taxa de produtividade, eficiência de equipamentos, tempo de produção e desperdício de materiais;
• Implementação de melhorias de processo: adota práticas mais modernas para ajustar fluxos de trabalho e contribuir para a inovação dentro da fábrica. Isso inclui, por exemplo, a introdução de tecnologias, automações ou mudanças no layout produtivo que resultem em ganhos de performance;
• Garantia da qualidade e conformidade de produtos: acompanha processos de inspeção, identifica falhas e propõe soluções para evitar retrabalhos e perdas;
• Coordenação da manutenção preventiva e corretiva: garante que o parque industrial esteja sempre em boas condições de operação, evitando paradas inesperadas e prejuízos na linha de produção;
• Redução de desperdícios e aumento de produtividade: buscando formas de tornar a operação mais enxuta, sustentável e competitiva.

O produtor industrial pode atuar em diversos setores, como manufatura, alimentos, automotivo, construção civil, entre outros.

Qual o salário de produção industrial?

O salário na área de produção industrial varia conforme a formação, experiência, região e porte da empresa.

Segundo o Portal Salário (julho/2025), um Tecnólogo em Produção Industrial ganha, em média, R$ 4.598,31/mês, com variação de até R$ 10.063,90 dependendo do nível profissional. Já um Engenheiro de Produção tem média salarial de R$ 10.943,86, podendo ultrapassar R$ 18.800 em cargos mais altos (salario.com.br).

Conforme o Jobted Brasil, trainees recebem cerca de R$ 3.660, enquanto profissionais seniores chegam a R$ 12.800. Coordenadores e gerentes na área podem superar os R$ 15 mil mensais, especialmente em grandes indústrias ou com bônus por desempenho.

A produção industrial continua sendo um dos pilares mais importantes da economia. No entanto, diante de um mercado cada vez mais competitivo e exigente, apenas indústrias que investem em tecnologia, eficiência e gestão de dados conseguem se destacar.

O uso de um ERP no processo industrial é um diferencial que permite integrar setores, otimizar recursos, prever demandas e tomar decisões com base em dados concretos. Então, se a sua empresa ainda enfrenta dificuldades com prazos, desperdícios, estoques ou produtividade, fale com nossos consultores e conheça as vantagens do FoccoERP!